Cotidiano

Mesmo com calor intenso, milhares vão ao desfile cívico

Número estimado, pela Polícia Militar, de pessoas que prestigiaram foi de 20 mil, o mesmo que no ano passado

Ocorreu na manhã de ontem, 7, o tradicional desfile de Independência do Brasil na avenida Capitão Ene Garcez. Em sua programação, a ordem das atrações foi de desfile de 2,4 mil estudantes de 40 escolas, dentre as militarizadas, da rede pública estadual e particulares; clubes de fuscas, motos, jipes e skatistas; agentes da segurança pública, como a Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiro Militar; além do encerramento com efetivos e armamentos do Exército Brasileiro. 

Os termômetros mediam 30°C durante o evento. Entretanto, a sensação térmica parecia maior, pois o calor foi um elemento marcante e extremamente comentado. Mesmo assim, isso não desanimou a população, que esteve acompanhada de muitos guarda-chuvas, sombrinhas, bonés e garrafas d’água. O número estimado, pela Polícia Militar, de pessoas que prestigiaram foi de 20 mil, o mesmo que no ano passado.

A servidora pública Marceline Barbosa, que esteve no local para ver o desfile da sobrinha, contou que é a primeira vez em mais de 10 anos que acompanha o evento. Segundo Marceline, o calor é forte, mas a experiência compensa.

“Na última vez que estive aqui, foi para que eu desfilasse. Vendo o desfile hoje é muito bom, pois resgata um pouco da nostalgia daquela época e exercita o patriotismo. O único problema é o calor, que está bem forte. Mas apesar de tudo, vale a pena vir”, contou.

Já a aposentada Maria José Ribeiro, de 60 anos, contou que prefere o sol quente do que uma chuva, e que não perderia esse momento independente da temperatura que estivesse fazendo.

“O sol está quente, mas graças a Deus não está chovendo. Minha neta irá desfilar e não irei perder isso não importando o clima que faça”, afirmou. 

O comandante da 1ª Brigada da Infantaria de Selva (1ª BdaInfSl), general Gustavo Dutra, salientou que a data é de extrema importância para o brasileiro lembrar-se de seu compromisso como cidadão perante a atual crise política. “Essa data é extremamente importante, no cenário atual, não somente para o estado de Roraima, mas para todo o Brasil. O brasileiro precisa repensar e idealizar o que ele quer para o futuro. E para isso, nada melhor que a data de aniversário do nosso país para pensarmos como patriotas”, comentou.

Para a governadora Suely Campos, além de ser uma ocasião para repensar o futuro do país, o desfile do Dia da Independência também simboliza os resultados da militarização de 15 colégios da rede estadual de ensino.

“O estado de Roraima tradicionalmente faz um desfile muito bom. Comemoramos aqui não apenas a independência do Brasil, mas também o sucesso da militarização de 15 escolas, que fez a qualidade de ensino dessas instituições aumentar. O nosso maior problema atual é a crise política que se instalou no país e precisamos dessa data para ter determinação em virar a página em meio a toda corrupção que vem sendo descoberta”, frisou.

A secretária estadual de Educação e Desporto, Edilaci Ferreira, contou que o maior impacto do desfile é na formação de cidadania da atual juventude.

“O espírito cívico é resgatado pelas crianças e estudantes que participam ou assistem. Tivemos a participação das escolas militarizadas, que trouxeram todo o seu aparato e disciplina para a praça. Isso é motivo de grande orgulho para os pais, que veem os filhos exercendo um papel cidadão de tamanha importância”, comentou.

Ambulantes lucram com a venda de água

 

A alta incidência do sol acabou afetando as vendas de comerciantes ambulantes. O vendedor Carlos Soares, por exemplo, que vende bebidas no desfile do 7 de setembro há 29 anos, contou que se deparou com um salto em suas vendas em meio ao sol escaldante do evento.

“Esse calor vem ajudando muito. Tá todo mundo pedindo por mais água, pois o desfile deste ano está bem quente. O bom é que as vendas são boas e ainda aproveito para ver a marcha, unindo o útil ao agradável”, comentou.

Se para aqueles que vendem água o movimento foi favorecido pela temperatura, também existem os que foram prejudicados. Esse é o caso do pipoqueiro Josimar Santos, que vende o produto há 15 anos, e viu o movimento enfraquecer devido à necessidade do público por água.

“O movimento vai bem ruim esse ano, pois o povo no desespero prefere comprar algo líquido e, por conta da crise, fica sem dinheiro para a pipoca também. Mas ainda dá para ganhar um trocado, e eu viria aqui da mesma forma se não fosse para vender”, pontuou. (P.B)