Cotidiano

Manifestação Yanomami já dura 48 horas

Cerca de 17 funcionários da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) são mantidos reféns

Indígenas de 12 comunidades da região de Surucucu, no município de Alto Alegre, mantêm reféns 17 servidores e três aviões da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) em manifestação contra a permanência do atual coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Y), Rousicler de Jesus Oliveira. A manifestação já dura 48 horas.

Os funcionários estão impedidos de deixar a região desde das 11 horas da manhã de domingo, 16. Uma equipe com representantes do DSEI-Y, da Sesai e de associações indígenas se deslocaram até a região na manhã de ontem, 17, e chegaram por volta de 12h30 para dialogarem com os manifestantes.

Júnior Hakurari Yanomami informou que os funcionários já foram alojados no quartel do exército no Surucucu. “Não há reféns, os funcionários estão bem e não houve danos morais ou psicológicos a eles. Ainda estamos aqui negociando para a liberação dos aviões” disse.

Entenda o caso – Os indígenas reivindicam que não há assistência de saúde nas comunidades, o que teria ocasionado a morte de duas crianças por desnutrição e pneumonia em menos de três semanas. As lideranças yanomami afirmaram que estão há quatro meses sem atendimento por falta de helicópteros e nenhuma equipe teria visitado as comunidades mais distantes.

Ainda não há previsão de liberação dos funcionários e dos aviões, já que as negociações devem continuar ainda amanhã, 19. Os indígenas estão montando um documento oficial com todas as necessidades e irão encaminhar para as autoridades de Brasília.