Cotidiano

Aumento na conta de energia vai comprometer orçamento das famílias

Reajuste acaba reduzindo o poder de renda das pessoas e agora será preciso de mais recursos para pagar as despesas básicas

O aumento de energia de mais de 35% nas tarifas da Boa Vista Energia (Eletrobras Distribuição Roraima), aprovado na terça-feira, 31, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve aumentar o custo de produção de empresas que serão repassados ao consumidor final. Para consumidores conectados à alta tensão, como indústrias, comércio e serviços o aumento foi de 35,09% e para a baixa tensão, como os clientes residenciais, a alta passou de 35,30%.

Segundo o economista Dorcilio Erik, o aumento da energia para indústria e comércio significará aumento no custo de produção das empresas. “Essa medida deixará mais cara a produção dessas empresas, diminuindo as margens de ganho, o que acarretará no repasse de aumento para o consumidor”, analisou.

O economista explicou que a população será a mais afetada pela medida “O boa-vistense será duplamente impactado porque terá os produtos do comércio mais caros o que deixará as contas de casa mais elevadas”, disse.

“Esse aumento acaba reduzindo o poder de renda das pessoas, ou seja, agora será preciso de mais recursos para pagar as despesas básicas, como água, luz, telefone, comprometendo o orçamento das famílias”, explicou.

Conforme o economista, o governo alega que esse aumento é para cobrir o déficit (saldo negativo) que as empresas de energia vêm apresentando. “Se a empresa é pública e, cada vez mais o aumento de energia se torna algo constante, entende-se que não há um corte de despesas e que há uma política habitual de repassar os prejuízos ao consumidor final”, completou.

Para o empresário Cleldo Alves, do ramo de sorveteria, o aumento trará uma elevação significativa nos custos de sua empresa, atrasando as prospecções futuras. “É um aumento absurdo que pegou a gente de surpresa, que retardará nossas prospecções de crescimento e a contratação de novos funcionários. De imediato nós não vamos repassar esse acréscimo ao nosso consumidor, iremos estudar outras formas para tentar contornar essa medida”, afirmou.

O gerente de um supermercado em Boa Vista, disse que alternativa para cobrir os prejuízos será em acréscimos nos preços dos produtos. “Nós somos uma classe que com muitos encargos tributários e, para sobrevivência de qualquer negócio, a alternativa é fazer reajustes, que, infelizmente, são repassados ao consumidor final”, explicou.

A servidora pública Auzinete Santos contou à Folha que agora terá que segurar ainda mais os gastos de casa. “A aprovação desse aumento só deixará a vida da população ainda mais difícil e cara. A agora é tentar diminuir ainda mais os gastos pra não passar sufoco”, comentou. (E.M)