Inovação e Tech

Crianças desenvolvem criatividade e socialização com aulas de robótica

Além disso, as atividades realizadas em centros de ciências e tecnologia incentivam o raciocínio lógico e o espírito de equipe dos pequeninos

Não é mistério para ninguém que crianças passam mais tempo conectadas na internet, o sistema que resume, atualmente, a tecnologia. No entanto, a tecnologia é ampla e propor atividades que envolvam outras partes dela é importante para que as crianças tenham habilidades mais proveitosas.

A robótica é uma dessas atividades. De acordo com o instrutor de robótica do módulo 1, do Centro de Ciências, Tecnologia e Inovação (CCTI), Mark Anthony, as crianças desenvolvem raciocínio lógico, trabalho em equipe, liderança e tomada de decisões. 

“As crianças estão se divertindo, mas, no fim, eles estão desenvolvendo a habilidade de trabalhar em equipe na montagem de um protótipo e daqui a pouco eles vão estar montando o seu próprio robô. Isso, através da metodologia e com peças lego”, explicou o instrutor, que trabalha com crianças de 07 a 11 anos.

As crianças são dispostas em turmas de idades variadas, como também equipes mistas. Juntas, eles seguem os vários modelos de robô, dispostos em livros, pegam as peças distribuídas em uma mesa e montam seus mecanismos que podem realizar atividades, desde locomoção ou ação de uma tarefa.

Miguel Pedro, de 10 anos, e Geovana Reis, de 9, estavam em dupla para montar um robô que andava. Era a segunda vez deles nas aulas da nova turma, que iniciaram no dia 17 de abril, e estavam contentes em montar um sistema “fácil”.

“A gente tinha começado a fazer ele [o robô] na quarta-feira e terminou hoje. A gente estava com dificuldade, mas foi só na hora de encontrar as peças. Tudo sumia. Mas gostamos de montar”, disse o pequeno Miguel um, conhecido assim na turma.

Construção da socialização e realidades futuras

Conforme o secretário-adjunto, Darik Arenhart, o objetivo da robótica com as crianças é de que desenvolvam a integração com os demais alunos e, no caso de participar de competições, entender que nem sempre serão ganhadores.

“É bem legal saber que eles saem daqui aprendendo não só a parte de robótica e apresentando projetos que podem ser utilizados para o futuro da sociedade, mas, como também, aprendendo coisas que iriam aprender lá na frente com a vida. Digamos, assim, participam de torneios internos entre eles e, às vezes, um não vence. Eles ficam frustrados na hora, mas vão aprendendo, vão vendo o que pode melhorar, onde a gente errou. Isso também é trabalhado no dia a dia com os professores”, destacou Arenhart.

A oferta da robótica no CCTI é extensão das aulas desenvolvidas em escolas municipais de Boa Vista. A nova turma tem 98 alunos, divididos em dois módulos, básico e avançado. De acordo com o secretário, todas iniciam no básico para conhecer o que é um robô, formas fundamentais de programação e a socialização.

“Tem alunos que chegam aqui para gente que são muito tímidos. Eles não conseguem se apresentar, lidar com o não do coleguinha e vão aprendendo no dia a dia, no social com os colegas. Eles começam a trabalhar em equipe para enfrentar os desafios e competições montados pelo instrutor. É muito interessante porque você vê uma uma criança tímida e depois sai falando das conquistas, apresentando e conversando”.


Cleide de Souza e o filho Robert, de 10 anos, em uma das aulas de robótica da criança. (Foto: Adriele Lima/FolhaBV)

A cabeleireira e mãe do Robert, de 10 anos, Cleide de Souza, ficou contente em ver o filho praticar algo que ele gosta e se sentir incluído nas atividades do centro. Isso porque, ela percebeu que Robert não gostava de esportes e, sim, de tecnologia, por isso inscreveu o filho para tentar a vaga.

“Eu gostei muito e sempre procurei isso nas escolas, porque ele gosta de xadrez e tecnologia, e agora ele fica ansioso para vim. Então, para mim, é uma coisa legal que ele sempre teve interesse e eu achei”, ressaltou Cleide, informando ainda que foi bom achar o curso de robótica de graça, que oportuniza o conhecimento aos estudantes de rede pública mais necessitados também.