QUALIDADE DE VIDA

Roraima apresenta melhor desempenho socioeconômico dos últimos anos, aponta IBGE

Renda, moradia, acesso aos serviços de utilidade pública, saúde e educação foram alguns dos critérios observados.

Estado com o melhor desempenho socioeconômico nos últimos 10 anos. Foto: Semuc/PMBV
Estado com o melhor desempenho socioeconômico nos últimos 10 anos. Foto: Semuc/PMBV

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta-sexta-feira (23), uma atualização dos indicadores que medem a qualidade de vida da população brasileira. Apesar da região Norte ter a maior perda de qualidade de vida. Roraima foi o estado com o melhor desempenho socioeconômico, com avanço de 32,0% do IDS (Índice de Desempenho Socioeconômico), em quase dez anos.

Os índices foram divulgados pela primeira vez em 2021, com dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), de 2017-2018. Os cálculos foram estendidos para as informações da edição anterior da pesquisa (2008-2009). Enquanto o Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS) avalia o progresso socioeconômico a partir da renda, o Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV) identifica as privações que as pessoas enfrentaram.

Os índices foram obtidos tendo como base nove critérios: renda, moradia, acesso aos serviços de utilidade pública, saúde, educação, acesso aos serviços financeiros e padrão de vida, alimentação, transporte e lazer e viagem. Algumas características que foram consideradas na identificação das perdas foram a ausência de banheiro no domicílio, pouco espaço em casa e a avaliação sobre o próprio lazer da família.

Roraima também foi o que teve a redução mais significativa no IPQV (-47,0%), acompanhado do maior aumento da RDFPC (Renda Disponível Familiar Per Capita), 70% (de 674,65 para R$ 1.148,39). Isso demonstra que além da melhoria do desempenho econômico proveniente do ganho da renda, a população avançou na qualidade de vida em dimensões não monetárias.

QUALIDADE DE VIDA ASSOCIADA A GRAU DE INSTRUÇÃO

A pesquisa do IBGE também apontou que quanto maior era o nível de instrução da pessoa de referência da família, menores as perdas representadas pelo indicador. Quando a pessoa de referência não tinha instrução, o IPQV calculado foi de 0,253, maior que o valor observado para o total do país (0,157). Já quando a pessoa de referência tinha nível superior completo, esse valor foi de 0,074, muito menor que o valor de referência nacional, a partir de dados da POF 2017-2018.

Apesar de haver redução dos valores das perdas para todos os grupos no recorte por nível de instrução quando comparados à edição anterior, a desigualdade entre eles permaneceu.

Quando se fala em inserção no mercado de trabalho, mais da metade do valor do IPQV se concentrou nas famílias cuja pessoa de referência era trabalhador por conta própria, estava fora da força de trabalho, quando a pessoa não está trabalhando e não está buscando vaga no mercado de trabalho, ou outros casos (desempregado ou ocupado auxiliando algum membro do mesmo domicílio). Nesse caso, também houve influência do maior contingente dessas populações no total do país.