SUSTENTABILIDADE

Produção sustentável e segurança alimentar por meio da agricultura familiar

A agricultura familiar ajuda na redução de desigualdades alimentares e fortalece a economia e os meios de produção mais sustentáveis

feira e frutas
(Créditos: iStock/Renata Angerami)

A agricultura familiar garante a produção de alimentos variados, promove práticas sustentáveis, fortalece a economia e é um pilar importante contra a insegurança alimentar. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2024, cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil vêm de produções familiares. Esses agricultores produzem alimentos que vão desde frutas e legumes até grãos e proteínas, além de fortalecer a economia local, gerar empregos e promover práticas que reduzem os impactos ambientais.

De acordo com o Anuário Estatístico da Agricultura Familiar, publicado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), cerca de 10,1 milhões de agricultores familiares são responsáveis por produzir 23% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), o que é importante para a economia e também para garantir a segurança alimentar de milhões de brasileiros.

Além de abastecer mercados locais, essas produções têm um impacto direto na redução da pobreza e na melhoria da qualidade de vida das comunidades rurais. Ao gerar emprego e renda para diversas famílias, elas fortalecem a economia dessas regiões, permitindo que pequenos agricultores possam investir em saúde, educação e em melhores condições de vida, operando também como um mecanismo de inclusão social e na promoção da equidade.

O efeito dessa produção também é sentido na preservação ambiental. Com o uso de práticas agroecológicas que respeitam a biodiversidade e o uso responsável de recursos naturais, a agricultura familiar ajuda a preservar o solo, a água e os ecossistemas.

A defesa da segurança alimentar e suas consequências

A segurança alimentar, que defende o direito de todas as pessoas a uma alimentação adequada, segura e acessível, em quantidades suficientes para uma vida saudável, também depende da eficiência das práticas agrícolas familiares.

Elas são capazes de promover uma produção alimentar mais distribuída, evitando a concentração de recursos em grandes propriedades, e contribuem para a redução da fome, ao garantir o acesso de populações vulneráveis a alimentos mais nutritivos e saudáveis.

O tema tem tamanha importância que foi uma das principais pautas levantadas na Cúpula do G20 Social do ano de 2024, realizada no Rio de Janeiro. Promovido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), um dos seminários apresentados no evento foi “Futuros Sustentáveis: o Papel da Agricultura Familiar no Combate à Fome, à Pobreza e às Mudanças Climáticas”. O debate teve repercussões positivas ao levantar o tema, que tem se mostrado cada vez mais relevante para o enfrentamento de crises globais relacionadas à fome e às mudanças climáticas.

Políticas voltadas para a agricultura familiar geram benefícios sociais e econômicos, o que permite que comunidades rurais tenham acesso a recursos e tecnologias, o que ajuda a melhorar a produtividade e promover o desenvolvimento sustentável, respeitando as tradições locais e fomentando o uso sustentável dos recursos naturais.

O investimento em políticas e programas de fortalecimento da agricultura familiar já existe. Um exemplo é o PRONAF, que promove e desenvolve o meio rural de forma sustentável, por meio de ações destinadas ao aumento da capacidade produtiva, geração de empresas e aumento da renda.

Além desse programa, é importante que haja investimentos em políticas públicas que promovam a capacitação dos produtores, em áreas técnicas como a zootecnia, que auxilia os produtores a alavancar suas produções, melhorando a qualidade de produção e garantindo a sustentabilidade das práticas agrícolas.

Assim, ao apoiar os produtores familiares e investir em melhorias nas produções, é possível fortalecer a segurança alimentar e, consequentemente, combater a fome de comunidades rurais e urbanas.

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