A Polícia Federal (PF) cumpre, nesta segunda-feira (8), em Roraima e outros três estados, 13 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de fomentar o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami.
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Uma perícia da PF apontou irregularidades em processos ambientais usados para “esquentar” o minério.
Além disso, a corporação identificou um esquema de facilitação na emissão de licenças, com a participação de servidores públicos da Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos), para legalizar a extração ilegal.
A investigação iniciou após a apreensão de duas toneladas em cassiterita, o minério conhecido como “ouro negro”, em Boa Vista. A Folha BV apurou que a PF faz diligências na fundação.
Em nota, a Femarh esclareceu que “não houve qualquer apreensão ou condução de servidores, tendo sido realizada apenas a coleta de informações solicitadas”. Ademais, disse que “estará sempre à disposição dos órgãos de fiscalização e controle, e reafirma o compromisso com a transparência, verdade e legalidade na proteção do meio ambiente”.
“A Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos esclarece que foram e sempre serão esclarecidas as informações necessárias no âmbito do inquérito em questão, em função da total transparência como o órgão conduz seus atos”, disse.
A Operação Ouro Negro é cumprida também no Amazonas, em São Paulo e no Rio de Janeiro. A Justiça autorizou o bloqueio de R$ 265 milhões dos investigados e a suspensão de atividades econômicas de empresas envolvidas.
A ação integra a Operação Libertação, em cumprimento à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) na ADPF 709, que determina medidas para a desintrusão da Terra Yanomami.