JUNHO ROXO

Negligência é a principal violência sofrida por idosos

Nesta quinta-feira (15) é mundialmente celebrado como dia de alusão ao combate a violência contra idosos

Violência contra idosos; negligência contra idosos
A campanha Junho Roxo atua na sensibilização do combate a violência contra idosos - Foto: Nilzete Franco/Folha BV

Há quase 20 anos, a novela “Mulheres Apaixonadas” trazia em pauta um tema pouco falado e muito importante: a violência contra idosos. Os ataques da personagem Dóris aos avós Carmem e Oswaldo chocaram os telespectadores com as cenas que infelizmente se repetem na vida real. Neste dia 15 de junho, é celebrado o dia mundial do combate a violência contra idosos, campanha que ficou simbolizada pela cor roxo.

É previsto em lei que todo idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei, ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades para a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade, segundo o art. 2º do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003)

São diversos os tipos de maus-tratos que podem ser qualificados como violência. Dentre elas podem se destacar a violência psicológica, em casos de discriminação e humilhação, violência financeira, quando se faz abuso de recursos financeiros, violência por negligência, quando se deixa de agir quando necessário e em casos que podem chegar ao extremo, como a violência física.

Keilla Sampaio é assistente social e trabalha diretamente com idosos – Foto: Wenderson Cabral

A assistente social Keilla Sampaio trabalha no Centro de Referência ao Idoso. Ela falou sobre a violência por negligência. “Normalmente o idoso adoece e como ele não mais aquela vitalidade de procurar o médico por conta própria, ele depende de alguém e as pessoas que estão ali ao seu redor negligenciam aquele idoso. Dizendo que idoso está fazendo ‘manha’, que é coisa da idade. Isso é uma negligência e é uma violência. Você tem que cuidar da pessoa idosa, levar ao médico, que acompanhar… Isso é muito importante. E também tem a autonegligência, quando é o próprio idoso se negligenciando a cuidar da própria saúde, que também é uma violência”, disse.

A denúncia é a parte mais importante do processo de combate a essa violência. A maior parte das violências acontecem dentro de casa, e isso pode limitar as denúncias, o que não pode acontecer. “É muito importante para nós como sociedade ficarmos atentos aos nossos idosos, porque nós vamos chegar também nessa idade. E não vamos querer passar por essas violências, pela negligência. É importante denunciar qualquer caso de violência seja ela física, psicológica, patrimonial… Porque ela gera um trauma muito grande na pessoa e o idoso é uma pessoa que tá debilitada, né? Que tem suas limitações e precisa dos nossos cuidados. Então o que a gente pede pra população é que denuncie, seja uma denúncia anônima ou não”, ressaltou.

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BEM ESTAR

Keilla trabalha no Centro de Referência ao Idoso, localizado no bairro Caranã. O Centro oferece diversos serviços para pessoas a partir dos 60 anos, incluindo fisioterapia, psicoterapia, hidroginástica e entre outros.

“Depois da pandemia, passamos um tempo fechados. E depois de mais de dois anos estamos retomando nossas atividades. E convidamos toda a população idosa que quiser fazer parte desse projeto. Aqui eles vão ter uma qualidade de vida, atendimento de saúde… Alguns chegaram totalmente desacreditados, e depressivos e hoje eles estão outra pessoa, reviveram”, compartilhou Keilla.

CAMPANHA – Nesta manhã (15) haverá uma panfletagem no Centro Cívico, onde também terão alguns serviços gratuitos de saúde para idosos.