No dia 24 de maio é comemorado o Dia Nacional do Café, data instituída em 2005 pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). A celebração marca o início da colheita do café no Brasil e tem como objetivo incentivar o consumo da bebida no país, que é o maior produtor mundial, mas não está entre os maiores consumidores.
Para discutir o assunto, a FolhaBV entrevistou Camila Furlin, administradora, empresária e barista, que compartilhou dicas para apreciar um café de qualidade. Segundo Camila, o primeiro passo é a curiosidade para experimentar e comparar diferentes rótulos.
“Existem no mercado as categorias de café. São selecionados conforme a pureza, complexidade e resultados de xícara. Cada tipo de café vai resultar em uma xícara para o consumidor. O primeiro passo é ter a curiosidade de experimentar. Às vezes estamos habituados a comprar sempre a mesma marca e, tendo essa curiosidade, de explorar rótulos, fazer um ao lado do outro e comparar, pode te ajudar a perceber a diferença.”
Pegando leve no açúcar
Camila acrescenta que evitar o uso de açúcar no café pode ajudar a perceber os sabores de maneira mais precisa. Ela explica que o excesso de açúcar pode mascarar os sabores.
“Tentar tirar o açúcar do café também é um caminho para começar porque o açúcar mascara um pouco as notas e o sabor do café. Acaba que fica muito doce e você não sabe a diferença entre um e outro. Não tem problema adoçar, mas o doce pode vir depois que você entende a diferença.”
Comprando corretamente
Para aqueles prontos para investir em cafés especiais, Camila aconselha começar pelos de torra média, que se assemelham aos cafés tradicionais vendidos em mercado. Ela também sugere comprar o café em grãos e moer na hora para garantir frescor e sabor.
“Pra quem está começando a experimentar os cafés especiais, a gente recomenda os mais equilibrados, de torra média ou de torra um pouquinho mais escura para não gerar o estranhamento do que você já está habituado a tomar. A gente tá acostumado a tomar cafés muito torrados, pelo que tem disponível no mercado e aí depois você vai experimentando os de torra mais clara e perfis sensoriais diferentes. A gente sempre sugere que também seja comprado o café em grãos, que você pode moer ou levar para moer na cafeteria. Assim você consome um produto mais fresco, mais saudável, rico em sabores, diferente do que temos no supermercado.”
Quanto mais escuro, melhor?
Camila esclarece que a coloração mais escura do café não significa necessariamente que ele é mais forte. Ela dá o contexto histórico e cultural por trás dessa percepção.
“O hábito de tomar café mais escuro tem a ver com nossa história e cultura. Por muito tempo os cafés de boa qualidade eram exportados pra fora. Ficavam os resíduos de produção aqui e era o que tínhamos disponível para consumir. E tudo isso é torrado muito escuro pra mascarar as imperfeições e impurezas do café e é isso que a indústria faz. Nem sempre a coloração mais escura quer dizer que é mais forte, só é mais escuro, mais torrado. Em um café especial, torrado até certo ponto, você preserva os aromas, óleos essenciais e consegue ter uma percepção mais saborosa na xícara.”
O bê-a-bá do café
Neste sábado (25), em comemoração ao Dia Nacional do Café, Camila promoverá a oficina “O bê-a-bá do café”, que abordará preparo e degustação. Os interessados podem se inscrever pelo número (95) 99139-9686. A oficina será realizada na Luna Cafeteria, localizada na Avenida Luís Canuto Chaves nº 677 – Paraviana.
