Pais e filhos

Brasil registrou quase 112 mil denúncias de crimes na web contra crianças

Dados são referentes a registros feitos em 2022 e encaminhados à organização não governamental

Em 2022, o Brasil totalizou 111.929 denúncias de armazenamento, divulgação e produção de imagens de abuso e exploração sexual infantil, encaminhadas à organização não governamental Safernet. O dado foi divulgado hoje (07), pela entidade, que realiza evento para marcar o lançamento do balanço referente ao Dia Internacional da Internet Segura.

Esse foi o segundo ano seguido que as denúncias de abuso e exploração sexual infantil na internet ultrapassaram a casa de 100 mil. Em 2021, foram 101.833 denúncias de pornografia infantil, um aumento de 9,9%, conforme a organização.

Além dessas denúncias, outros seis tipos de crimes na web são recebidos na Central Nacional de Denúncias (CDN) da Safernet. O discurso de ódio na internet foi o que mais cresceu, com 67,7% a mais em relação a 2021. Os crimes de ódio que tiveram o maior aumento de denúncias em 2022 foram a xenofobia, aumento de 874%, seguido de intolerância religiosa (456%) e misoginia (251%). 

INTERNET SEGURA
Especialistas listam alguns hábitos que podem ajudar a combater o vazamento de informações pessoais, mas nunca são cumpridos pelos brasileiros. Por isso, eles ressaltam que é preciso desconfiar de pedidos de transferências urgentes, mesmo que seja feito por um parente ou conhecido.

Como também, não compartilhar senhas com terceiros; nunca utilizar informações pessoais para gerar senhas, como data de nascimento ou número de telefone; e, procurar fazer uma senha com mais de 8 caracteres, utilizando números, letras minúsculas e maiúsculas e caracteres especiais e diferentes para cada acesso.

Quanto às crianças, a pesquisadora Jessica Taylor Piotrowski, docente da Universidade de Amsterdam, disse que, atualmente, medidas como a restrição de idade, sozinhas, não estão mais adiantando. É preciso evitar a exposição da criança e redobrar a atenção aos sites visitados.

Em sua apresentação, Jessica ressaltou que a internet tem, hoje, um grau maior de complexidade e que há recursos que as crianças ainda não compreendem em sua totalidade. Como exemplo, a docente citou a inteligência artificial, algo revelado por um estudo de que participou.

*Com informações da Agência Brasil