Uma autorização judicial resultou no bloqueio de até R$ 26,8 milhões em contas bancárias vinculadas a investigados da Operação Mata-Leão. Além disso, foram sequestrados 36 automóveis, 14 carretas, 2 aviões, 2 embarcações e 14 imóveis, todos com indícios de terem sido adquiridos com recursos provenientes do tráfico de drogas.
A investigação, foi conduzida exclusivamente pela Polícia Civil de Roraima e coordenada pelo delegado Júlio César da Rocha.
O delegado explicou que essa parte da investigação está diretamente ligada à lavagem de dinheiro da organização criminosa, que corre paralela à apuração sobre o tráfico e a associação para o tráfico. Na investigação de lavagem, há 21 pessoas físicas e 7 pessoas jurídicas investigadas.
“Esse valor de até R$ 26 milhões corresponde exclusivamente ao bloqueio das contas bancárias. Não inclui os veículos, imóveis, aeronaves e embarcações, que são alvos de outra medida cautelar, o sequestro de bens. São procedimentos distintos, mas ambos fundamentais para o desmantelamento do grupo criminoso”, destacou o delegado Júlio César.
O trabalho investigativo durou cerca de 11 meses e revelou uma estrutura criminosa altamente organizada, que utilizava aviões, helicópteros e carretas para transportar drogas da Colômbia e da Venezuela até Roraima. As drogas eram distribuídas no estado e principalmente enviadas para outros estados, com destaque para São Paulo. Para ocultar a origem ilícita dos valores, o grupo se valia de empresas de fachada e “laranjas”.
Na primeira fase da operação, deflagrada em 29 de julho de 2025, foram cumpridos mais de 20 mandados de busca e apreensão em quatro cidades da Bahia, duas do Amazonas, além de Boa Vista e Iracema, em Roraima. Nessa etapa, oito pessoas foram presas. Para o cumprimento dos mandados fora do estado, a Polícia Civil de Roraima contou com o apoio das polícias civis do Amazonas e da Bahia.
Segundo o delegado Julio Cesar, o bloqueio de contas e bens é resultado direto do trabalho técnico da PCRR.
“Essa medida de bloqueio é fundamental para atingir o cerne financeiro da organização criminosa. Ao cortar o fluxo de recursos, enfraquecemos a capacidade do grupo de financiar o tráfico, a logística e demais atividades ilícitas. Esse é um passo decisivo para desarticular toda a estrutura da quadrilha”, afirmou.
Ainda de acordo com ele, a operação reforça a capacidade técnica e estratégica da Polícia Civil de Roraima para enfrentar organizações criminosas complexas, com atuação interestadual e internacional.
“Além do impacto financeiro, a ação mostra a importância da cooperação entre estados na repressão ao crime organizado, com troca de informações e apoio operacional para o cumprimento dos mandados judiciais”, disse.
O delegado ressaltou que a investigação segue em nova fase, e novas medidas serão adotadas a partir da análise de documentos apreendidos e do rastreamento das contas bancárias.
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