Mesmo após virar alvo na polêmica envolvendo cantores sertanejos de altos cachês contratados por prefeituras, São Luiz vai manter o show de Gusttavo Lima durante a 24ª edição da Vaquejada e a 13ª Feira de Agronegócios do Município, em dezembro. É o que garantiu o prefeito James Batista (Solidariedade) nesta sexta-feira (17).
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Em entrevista ao programa Papo Informal, da Folha FM, Batista explicou como a menor e menos populosa cidade do Estado, com 8.232 habitantes, vai receber o “Embaixador”, contratado por R$ 800 mil, além da dupla Cesar Menotti & Fabiano (R$ 150 mil) e da cantora Solange Almeida (R$ 108 mil). Juntos, os cachês custaram R$ 1.058 milhão aos cofres de São Luiz.
A expectativa do prefeito é que o Município do Sul do Estado receba mais de 100 mil pessoas em três dias de evento, mais de um terço equivalente à população de Roraima: 20 mil para ver a dupla sertaneja no dia 1º (sexta), 30 mil para prestigiar a ex-vocalista do Aviões do Forró no dia 2 (sábado) e 50 mil para curtir o dono dos sucessos “Termina Comigo Antes” e “Bloqueado”.
Sobre a investigação aberta pelo Ministério Público de Roraima (MPRR) para apurar a contratação de Gusttavo Lima, James Batista explicou que já respondeu ao órgão de controle, assim como prestou esclarecimentos aos tribunais de contas do Estado (TCE) e da União (TCU). “Estamos aí, tentando demonstrar que existe completa licitude do evento que a gente tá preparando e é completamente diferente de tudo o que está sendo visto em outros municípios do Brasil”, disse, em referência a cidades, como Conceição do Mato Dentro (MG), que cancelou o show do “Embaixador” em meio às polêmicas.
A escolha em contratar Gusttavo Lima, segundo o prefeito, é porque “nenhum artista atrairia tanta visibilidade” para a cidade como ele. “A gente quer trazer Roraima inteiro para dentro de São Luiz, pra mostrar pro Estado de Roraima o início do processo de metamorfose em infraestrutura urbana pela qual aquela cidade vai passar”, declarou.
“Evento vai se pagar”, garante prefeito
O prefeito explicou que o próprio evento, cujas atrações são gratuitas, “vai se pagar” por meio da arrecadação de taxas de uso dos espaços públicos, cujos valores irão cair diretamente na conta do Município. Se a Prefeitura conseguir arrecadar os valores conforme James Batista revelou na entrevista, o Município deve receber R$ 1.790 milhão. “Tudo a gente vai colocar em edital, com chamamento, credenciamento”, disse.
Com apenas dois hotéis em São Luiz, James Batista promete preparar no Parque de Exposições, palco do evento, uma área de 50 mil metros quadrados com capacidade para 1 mil barracas, com a disposição de banheiros, chuveiros, churrasqueiras e câmeras de segurança. O visitante que quiser instalar a barraca vai ter que desembolsar R$ 200 pela diária. Com isso, a expectativa é de faturar até R$ 200 mil por dia, chegando a R$ 600 mil até o fim do evento.
A Prefeitura pretende ainda oferecer a gestão do camarote, com capacidade para até 800 pessoas, por R$ 500 mil. A empresa que gerir o espaço, cujo ingresso individual deve ficar em torno de R$ 600, poderá arrecadar até R$ 1.440 milhão no evento, sendo R$ 480 mil por dia em caso de lotação máxima.
Haverá ainda 70 barracas que irão comercializar alimentos. A taxa será de R$ 2 mil para cada e o permissionário terá o compromisso de fornecer 300 refeições por dia. Com isso, o prefeito projeta arrecadação de R$ 140 mil em taxas, sem contar que comerciantes da própria cidade e municípios vizinhos também devem vender alimentação.
O prefeito revelou ainda a possibilidade de oferecer a empresas o direito exclusivo de vender produtos, como bebidas, cujo contrato deve custar em torno de R$ 150 mil. Além disso, deve oferecer cotas de patrocínio para empresas que desejam estampar sua marca ou produto, o que deve retornar em torno de R$ 200 mil para São Luiz.
Ademais, o Município deve oferecer a atividade de gerenciamento da pista de corrida de vaquejada por R$ 100 mil. Na Feira de Exposições, haverá 20 estandes para empresas, cada um a R$ 5 mil, com a expectativa de a Prefeitura arrecadar R$ 100 mil.
Veja a entrevista completa
