A psicologia esportiva vem ganhando espaço no futebol roraimense. Ainda considerada uma área recente dentro do esporte local, ela tem mostrado resultados importantes, tanto no rendimento dos atletas quanto no bem-estar da arbitragem.
Em entrevista à Folha BV, Lissandra Maceió, Psicóloga esportiva e clínica que atua no cenário esportivo desde 2023, fala sobre os desafios e os impactos desse trabalho. “O desempenho esportivo não tá só voltado para o físico do atleta. Obviamente que isso é um ponto muito importante, mas se o atleta não estiver bem emocionalmente, se ele não estiver é, com o psicológico em relação à ansiedade, resiliência tomada de decisão, tudo isso comprometido”, explica a acadêmica.
Desafios
No início ela conta que passou por alguns desafios, pois adentrou na arbitragem sem conhecer o meio, além de uma certa resistência e do sentimento de insegurança por está em um ambiente que a a predominância majoritariamente masculino, quanto pela.
“No começo ficaram bem receosos, até porque, como te falei, a psicologia é uma coisa muito nova, tanto no meio esportivo quanto a qualquer outra área. Então o nosso trabalho é criar uma aliança terapêutica para que possa desenvolver um bom trabalho”, conta Lissandra.
Do GAS para o Rio Negro
O primeiro contato com atletas foi no Grêmio Atlético Sampaio (GAS), quando ela foi chamada para atender um jogador que estava em processo de recuperação de lesão. A partir desse atendimento, outros atletas também passaram a procurar o acompanhamento.
O trabalho chamou a atenção do Rio Negro, que convidou Lissandra para atuar com o time feminino, tanto no trabalho coletivo quanto individual. “No Rio Negro conseguimos desenvolver um trabalho mais amplo, inclusive acompanhando as atletas em viagens”, relata a psicóloga.
Demandas
Grande parte da demanda vem de atletas que estão se recuperando de lesões. “A lesão impacta diretamente no emocional. Eles sentem medo, insegurança e, muitas vezes, questionam se vale a pena estar longe da família, longe de casa. O nosso papel é resgatar o propósito, lembrar por que começaram e onde querem chegar”, afirma Lissandra.
Presença nas viagens
O trabalho dela com o Rio Negro feminino não se limitou apenas aos treinos. Lissandra acompanhou as atletas em viagens também.
“No jogo contra o Remo, em Belém, fizemos uma pré-eleção focada na parte emocional. Trabalhamos o pertencimento, a calma e também atendemos individualmente quem precisava. Uma das atletas, que estava voltando de lesão, fez uma excelente partida depois desse trabalho”, conta Lissandra.
Chegada no esporte
A paixão pela psicologia esportiva surgiu em 2023, quando ela começou a praticar CrossFit. A curiosidade sobre motivação e desempenho virou tema do seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), orientado pelo professor Thiago Serrão Brasil.
Foi através dele que surgiu a oportunidade de atuar na arbitragem roraimense. Depois, o trabalho com os atletas do GAS abriu portas para o convite do Rio Negro feminino. “Foi a primeira vez que a psicologia esportiva esteve presente de forma contínua durante todo o Campeonato Roraimense. Antes eram ações pontuais, voltadas para testes físicos e controle de ansiedade”, conclui a psicóloga .