Mesmo após Jair Bolsonaro (PL) perder a eleição presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vendedores ambulantes venezuelanos ainda comercializam as camisas alusivas ao atual presidente nos semáforos de Boa Vista.
No Centro, o vendedor Marco Israel Farrera, de 27 anos, comercializa camisas dos dois candidatos – as mais vendidas são de Bolsonaro, que recebeu o maior percentual de sua votação no País em Roraima, com 76,08%.
Segundo Farrera, o dia em que mais as camisas saíram foi no primeiro turno das eleições, em 2 de outubro. Elas custam de R$ 35 a R$ 50.
Na companhia da irmã e dos dois sobrinhos pequenos, Farrera disse que consegue vender, em média, sete camisas por dia. Sete, inclusive, são as unidades que referenciam Bolsonaro que ainda restam em seu varal.
![](https://cdn.folhabv.com.br/images/noti-text-1667436931.jpg?1667436932040)
Sem procura, as de Lula (que em Roraima recebeu 23,92% dos votos válidos) não têm destino e o vendedor deve ter prejuízo por não vendê-las.
Era final da tarde dessa quarta-feira (2), quando o semáforo estava com sinal vermelho e um carro parou bem em frente à venda. O movimento era fraco devido ao feriado de Dia dos Finados.
A mulher do banco do passageiro dianteiro apenas perguntava quanto era a bandeira enquanto a moça do banco de trás afirmava à Folha: “sou Bolsonaro, mas não concordo com a ditadura”, em referência aos pedidos de bolsonaristas por intervenção militar nos quartéis pelo País.
A bandeira do Brasil, que custa R$ 40, é o que tem saído mais do varal, segundo Marco Israel. Só nesta terça, enquanto bolsonaristas protestavam contra o resultado das urnas em frente ao Exército em Roraima, ele vendeu cinco.
Daqui para frente, ele acredita que passará a vender ainda mais bandeiras brasileiras em virtude da Copa do Mundo, que começa no dia 20 – a estreia do Brasil, diante da Sérvia, será quatro dias depois.