Empresas de RR não abrem hoje e alegam fraude em vitória de Lula

Lista inclui desde micro e pequenas empresas a empreendimentos maiores. Há nomes do ramo da produção de arroz, da venda de veículos, de materiais de construção, óticas e até bares, lanchonetes, restaurantes e pizzarias

Várias empresas de Roraima não vão abrir nesta segunda-feira (7) sob a alegação de que houve fraude na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. Listas de empreendimentos que aderiram ao movimento começaram a circular nesse domingo (6), no WhatsApp.

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A relação inclui desde micro e pequenas empresas a empreendimentos maiores. Há nomes do ramo da produção de arroz, da venda de veículos, de materiais de construção, óticas e até bares, lanchonetes, restaurantes e pizzarias.


Empresa do ramo de venda de frutas foi uma das primeiras a aderir ao movimento (Foto: Lucas Luckezie/FolhaBV)

Alguns dos empresários participa ou financia o acampamento em frente ao Exército de Roraima, que completa uma semana nesta segunda. Neste caso, os manifestantes endossam, além da suspeita sobre o resultado das eleições, o pedido de “intervenção federal”.

Empresário do ramo da produção de soja, Ermilo Paludo disse ter aderido ao ato por supostas “suspeitas de fraude”. “A população está muito indignada com isso e quer ver o Brasil justo e que a Justiça funcione de verdade e que o Supremo não seja tendencioso”, declarou à Folha.

“A principal motivação do brasileiro é a forma como o Supremo [Tribunal Federal] tem agido. O Supremo devia julgar a lei brasileira, especificamente só a lei. É o Supremo que está agindo de forma tediosa e está gerando muita suspeita na população na forma como o Supremo tem agido”, completou.

Questionado se não teria receio em se tornar alvo de investigação por endossar pautas como a intervenção das Forças Armadas no comando do País, Doan Rabelo, do ramo de comunicação e energias renováveis, rechaçou essa possibilidade.

“Pelo contrário, a gente acredita que o poder é relevante nesse processo. O poder faz parte dos guardiões. O poder é feito por pessoas. É constituído por gente, que sente dores, que tem filho, que tem empresas, empreendimentos”, disse. “A insatisfação da sociedade brasileira se dá pelo fato de ser quebrado aquilo que a Constituição, de forma clara e explícita, mostra. O direito de liberdade de expressão é um deles. O direito de você poder ir e vir é um dos direitos constitucionais”.

Proprietário de uma transportadora, Valcir Peccini afirma que, com Lula, o Brasil não terá liberdade e poderá seguir o exemplo de países governados por líderes parceiros do PT. “Consideramos que uma outra situação política nos leva ao caos, como levou a Venezuela, a Nicarágua, a Argentina. E não queremos isso pra nossa família”, disse.

“Estamos apoiando este movimento para poder dar a grandeza de termos um Brasil livre, um Brasil família, um Brasil religião, onde todos possam ir e vir sem ter limite de expressão. Queremos liberdade, queremos que as crianças continuem com o que comer, nós aqui de Roraima somos a prova viva, que recebemos [migrantes] da Venezuela”, destacou.

Lista de boicote

Enquanto circulavam listas de empresas que aderiram ao movimento, mensagens de bolsonaristas no WhatsApp listavam empresas, jornalistas e políticos que apoiaram Lula nas eleições deste ano. A última relação a que a Folha teve acesso tinha ao menos 84 nomes.

“Empresas e pessoas de Boa Vista – RR, que estão apoiando abertamente o PT e tudo de ruim que este partido representa. Embora, gostam e querem o dinheiro de quem trabalha e produz. Sugerimos aos amigos que a partir de agora iremos trabalhar com quem nos apoia, com quem se identifica com os valores que defendemos. Ja que eles nao nos ajudam tambem nao precisam da nossa ajuda [sic]”, diz a mensagem.