Candidato liberado após pagar fiança diz que foi preso sem mandado

PF declarou que prisões em flagrante independem de mandados judiciais, tais quais buscas pessoais e veiculares quando suspeitos de envolvimento com crimes

O candidato a deputado federal e líder do Movimento Garimpo É Legal, Rodrigo Cataratas, a fotógrafa da campanha e o amigo foram presos pela Polícia Federal (PF) nessa quinta-feira (29) pela suspeita de envolvimento com a compra de votos. Eles foram liberados após, juntos, pagarem R$ 26,2 mil em fiança.

Em nota, Cataratas e sua equipe dizem ter sido abordados sem mandado judicial e “aleatoriamente” pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), além de revistados e levados para a sede da PF enquanto retornavam para Boa Vista de uma reunião promovida no município de Alto Alegre, a 95 quilômetros da capital.

Eles dizem que tiveram os celulares apreendidos sem autorização judicial, que o carro foi revistado sem que permitissem um deles acompanhar a revista e que a quantia de R$ 6 mil foi apreendida.

O texto também relata que Rodrigo e o amigo foram levados numa viatura da polícia, enquanto a fotógrafa foi em outra. Ela relatou ter sido intimidada e ameaçada de ser algemada se não contasse o que soubesse sobre compras de voto.

A nota também relata que, “coincidência ou não”, na sede da PF, “o delegado que os autuou e os prendeu SEM flagrante, é o mesmo que comanda a investigação contra Rodrigo Cataratas, e que, desde o ano passado, vem tentando a todo custo colocar Rodrigo na prisão”.

“Rodrigo já imaginava que uma situação assim poderia acontecer, pois, tem sido alvo de sequentes autuações nos ultimos [sic] 02 dias, por agentes do Ibama, e está sob constante vigília. Não foi nenhuma surpresa essa ocorrência hoje, ainda mais às vésperas das eleições, e se confirma, a não disfarçada, busca de manchar sua reputação e minar sua candidatura”, diz a nota.

Procurada, a PRF disse que não vai comentar o assunto. Mas posteriormente, sem citar nomes, a corporação divulgou em seu site que, durante a verificação dos itens obrigatórios do automóvel, encontrou grande quantidade de material de campanha política no porta-malas. Em seguida, ao ser indagado, um dos ocupantes confirmou que também transportava quantia em dinheiro. A PRF localizou grande quantidade de panfletos, mais R$ 6.136,00, além de uma lista com nomes de pessoas e valores a serem pagos.

A PF declarou que prisões em flagrante – realizadas durante ou logo após o cometimento de crimes – independem de mandados judiciais, tais quais buscas pessoais e veiculares quando suspeitos de envolvimento com crimes.

*Atualizado às 12h43