Vaias e aplausos marcam sabatina promovida pela UFRR e pelo IFRR

O auditório do CAF, que tem capacidade para mais de 1000 pessoas ficou lotado com acadêmicos e a comunidade em busca de ouvir os projetos dos candidatos

Vaias para os candida­tos faltosos e algumas para os candidatos presentes, além de aplau­sos constantes, marcaram o tom da sabatina realizada pela Universidade Federal de Roraima (UFRR) em par­ceria com o Instituto Federal de Roraima (IFRR), na noi­te de ontem, 1º de outubro.

Cada candidato foi sa­batinado individualmente por trinta minutos, com per­guntas formuladas com ba­se em questionamentos da comunidade e dos profes­sores convidados Antônio Carlos Martins (Medicina), Guilherme Ramos (IFRR), Emerson Arantes (IFRR), Pierlangela Nascimento e Luiz Bruno Bragança (Direito).

O primeiro sabatina­do foi Fábio Almeida, que afirmou que vai regiona­lizar a saúde de Roraima. “Acredito que sofremos na saúde com a ausência de financiamento do Gover­no do Estado para as equi­pes de atenção básica, iremos regionalizar e ga­rantir a atenção básica”, afir­mou o candidato do PSOL.

Sobre educação, Almei­da declarou que no seu go­verno vai acabar com a in­gerência política dentro das escolas, fazendo elei­ção direta para diretor além de concurso público para professores. Também afir­mou que vai desmilitari­zar as escolas, pois em sua opinião, escola não é lugar de polícia. “Estudantes não são bandidos para estar re­cebendo ordens de poli­ciais e estão aprendendo a não questionar. O discur­so de indisciplina é refle­xo da falta de investimen­to dentro das escolas”, frisou.

A respeito de Gestão Pú­blica, Fábio Almeida dis­se que não se pode ter um Estado que recomeça a ca­da quatro anos. “Vamos aca­bar com os apadrinhamen­tos, vamos fazer concursos públicos para todas as se­cretarias para termos um quadro permanente den­tro do Estado. Combater o alvoroço financeiro de al­gumas estruturas da admi­nistração pública”, garantiu.

A respeito de fomento de pesquisas na área de de­senvolvimento regional, o candidato respondeu que 1% do ICMS será direciona­do à pesquisa. No quesito segurança pública, o candi­dato respondeu que preten­de unificar o orçamento da Segurança Pública, qualifi­cando os agentes para aten­der imigrantes e fazendo uma polícia humanizada, comunitária, investigativa.

Temário Mota, do PTB, foi o segundo a ser sabatina­do. Na questão sobre saúde, afirmou que pretende com­bater a corrupção e depois a má gestão. “Apenas 30% do recurso que aplicamos ho­je resolveria nossa neces­sidade, pois as prefeituras não cumprem com suas partes, Boa Vista é a úni­ca que não tem UPA. Pre­cisamos regionalizar a saú­de nos municípios”, frisou.

A respeito de educa­ção, Telmário afirmou que a sociedade assiste preocu­pada essa geração que não consegue lidar com limi­tes e frustrações e disse que a militarização pode não ser a resposta. “Pode ser alter­nativa, mas não é a única solução. Merenda de qua­lidade, professores bem re­munerados, unificar as uni­versidades para melhorar o alcance, com mais estru­tura para os nossos alunos, regionalização do trans­porte escolar são algumas das nossas metas”, afirmou.

A respeito de Gestão Pú­blica, ele explicou que pre­tende eliminar o patrimo­nialismo da administração e ter servidores e usuários respeitados. “O Estado gasta 77% com despesas com ser­vidores. Roraima hoje é po­bre, violento, tem pessoas passando necessidade, fo­me e o Poder Executivo tem que cortar na carne, baixar salários de secretários e de governador, fazer concurso e treinar servidores para am­pliar a produtividade. Quan­do se busca a valorização e a produtividade, os servi­ços melhoram”, garantiu.

Sobre o Desenvolvi­mento Regional, o candi­dato do PTB afirmou que pretende potencializar as ri­quezas e alavancar os po­tenciais de cada região, incentivando o setor pri­mário e dando aos produ­tores e comunidades in­dígenas condições para se desenvolverem. “Temos mercado e a terra mais pro­dutiva do Brasil”, lembrou.

Acerca da Segurança Pública, o candidato afirmou que pretende integrar o sis­tema de segurança e o sis­tema penitenciário. “O pre­so que manda no sistema, eles disparam um telefone­ma e abala todo a socieda­de. Pretendo criar as polícias comunitárias, atuar onde o crime está ocorrendo de forma mais forte e comba­ter o mal pela raiz, pois o que não pode é o sistema de se­gurança funcionar de forma descentralizada”, finalizou.

José de Anchieta (PS­DB) afirmou que preten­de, na área de saúde, voltar a ter um estoque regulador de remédios e lembrou de in­vestimentos que fez no se­tor, além de fazer promes­sas de aparelhos do sistema. “Teremos mais 40 leitos de UTI, efetivaremos o apare­lhamento do Pintolândia, além de uma nova mater­nidade, e vamos dar incen­tivo ao abastecimento. É preciso que façamos um planejamento e não fal­te medicamento. Hoje te­mos mais de duas mil pes­soas esperando por cirurgia. Prioridade do nosso gover­no a médio e curto prazo é a saúde pública”, garantiu.

Na área de educa­ção, Anchieta lembrou so­bre progressões pagas aos professores e disse que fo­ram investidos mais de R$ 1 milhão em estrutura físi­ca de escolas. “Vamos via­bilizar financiamentos pa­ra que possamos melhorar a estrutura física e ofere­cer merenda de qualida­de e transporte. Nesses úl­timos cinco meses, vimos escolas paralisadas por fal­ta de merenda e transpor­te. Tínhamos o Estado com a maior frequência escolar do país e agora isso acabou e vamos retomar”, frisou.

Na área de Gestão Públi­ca, ele afirmou que terá um centro administrativo pa­ra centralizar as secretarias e serviços. “O que mais preci­samos hoje é diminuir gas­tos. Precisamos governar como podemos e não ne­cessariamente como que­remos. Braço forte para de­cidir, estado promissor e tem tudo para crescer”, sinalizou.

A respeito das potencia­lidades locais, Anchieta afir­mou que a vocação é o se­tor produtivo. “Tínhamos o caminhão da feira, doa­ções de calcário e semen­tes, além das construções de estradas. Não podemos mais deixar de investir no setor, precisamos dar total assistência. Também pre­cisamos trazer a energia a curto e médio prazo, pois esse é um dos piores gar­galos do estado”, criticou.

Na área de Segurança Pública, o candidato falou em integralizar as Polícias Civil e Militar com um se­cretário de Segurança Públi­ca coordenando tudo, além de construir um novo pre­sídio de segurança com ur­gência. “Vamos aparelhar a Polícia Militar, bombei­ros e agentes penitenciá­rios. O que não se pode é ligar para 190 e não ter ga­solina, pois precisamos lu­tar contra o crime organi­zado e o bandido precisa ter medo da Polícia. Eu garan­to, se eleito for, vou fazer o concurso da PM”, anunciou.