MUDANÇAS NO ENSINO SUPERIOR

Veja as mudanças da nova política de ensino a distância no Brasil

Nova política do MEC determina regras para EaD e proíbe formato remoto em áreas como Medicina, Direito, Psicologia e Enfermagem

O ensino à distância se tornou um meio para que os estudantes afastados do ensino presencial na sala de aula, não perdessem o ano letivo (Foto: Nilzete Franco/FolhabV)
O ensino à distância se tornou um meio para que os estudantes afastados do ensino presencial na sala de aula, não perdessem o ano letivo (Foto: Nilzete Franco/FolhabV)

O Ministério da Educação (MEC) anunciou novas regras para o ensino a distância (EaD) no ensino superior brasileiro. O decreto, publicado nesta semana, define os cursos que não poderão mais ser oferecidos integralmente no formato remoto, com foco na qualidade da formação e no fortalecimento das atividades práticas.

A principal mudança é que nenhum curso de graduação poderá ser 100% a distância, mesmo nos formatos tecnológicos ou de licenciatura. A medida é resultado de um longo diálogo com especialistas, conselhos profissionais e representantes de instituições de ensino.

Nova política

Com a nova política, os cursos superiores passam a ser oferecidos em três modelos:

  • Presencial: mínimo de 70% da carga horária em atividades com presença física, como aulas em sala, estágios e laboratórios.
  • EaD (ensino a distância): a maior parte da carga horária é remota, mas deve incluir ao menos 10% de atividades presenciais e 10% em aulas síncronas mediadas.
  • Semipresencial (híbrido): 30% da carga horária deve ser presencial e pelo menos 20% em atividades síncronas mediadas, com controle de frequência e limite de 70 estudantes por docente ou mediador.

Cursos que devem ser presenciais

Pelo novo decreto, os cursos de Medicina, Direito, Odontologia, Enfermagem e Psicologia não poderão ser oferecidos totalmente a distância. No caso da Medicina, a regra é ainda mais rígida: toda a formação deve ser presencial. Os demais podem ter no máximo 30% da carga horária em EaD.

Além disso, áreas como licenciaturas, saúde e engenharias só poderão ser ofertadas nos modelos presencial ou semipresencial. Entram nessa lista cursos como Fisioterapia, Farmácia, Educação Física, Biomedicina, Fonoaudiologia e Nutrição.

Infraestrutura e polos

As atividades presenciais dos cursos EaD ou semipresenciais devem ocorrer nas sedes ou polos das instituições, com infraestrutura compatível ao curso, como salas de estudo, laboratórios e acesso à internet. Com a nova política, não será permitido o compartilhamento de polos entre instituições diferentes.

Provas e mediação

Cada disciplina de curso a distância deve ter pelo menos uma prova presencial, que será o principal critério de avaliação. A medida visa garantir a autenticidade e estimular o desenvolvimento prático dos alunos.

A nova política também institui a figura do mediador pedagógico, profissional com formação na área do curso, responsável por orientar estudantes e apoiar o processo de aprendizagem. Esse papel vai além da função de tutor administrativo e será monitorado pelo Censo da Educação Superior.

Prazo de adaptação

As instituições terão até dois anos para se adaptar às novas exigências. Os alunos já matriculados em cursos 100% EaD terão assegurado o direito de concluir o curso no formato atual.

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