DENÚNCIA

Universitários denunciam abandono do Centro de Convivência da UFRR

Espaço inaugurado em 2009 está sem uso efetivo há anos e estudantes cobram resposta da Universidade.

Acadêmicos denunciam abandono do centro de convivência (Foto: Arquivo pessoal)
Acadêmicos denunciam abandono do centro de convivência (Foto: Arquivo pessoal)

Alunos do campus Paricarana denunciam falta de estrutura adequada no Centro de Convivência da Universidade Federal de Roraima (UFRR), localizado no coração do Campus, o espaço foi inaugurado em 2009 destinado à socialização e integração da comunidade acadêmica. O espaço encontra-se hoje em total estado de abandono. A estrutura que já abrigou agências bancárias, agência dos Correios e uma lanchonete está atualmente inutilizada, e sem cumprir qualquer função ativa voltada aos estudantes.

Os estudantes denunciam, que desde o ingresso na instituição sentem falta de um espaço para descansar e estudar entre uma aula e outra. A presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Laura Secundino, comentou sobre o descaso para com o espaço como um fator prejudicial direto à vida universitária. 

“Entrei na UFRR em 2022 e esse espaço já não existia como um local ativo de convivência. Segundo relatos antes mesmo da pandemia o espaço não poderia ser utilizado. Hoje é apenas uma estrutura física degradada, sem propósito”, afirma.

A acadêmica explica que, apesar do DCE ter encaminhado pedidos formais de reestruturação ao longo de 2024, a única resposta da administração superior foi a informação de que uma licitação foi assinada para a construção de uma nova área de convivência. Segundo ela, não há qualquer previsão concreta para o início das obras. 

“Essa incerteza só aumenta a sensação de abandono. A universidade até agora não ofereceu uma resposta efetiva”, relatou a acadêmica.

A falta de um espaço apropriado para convivência tem afetado diretamente o cotidiano dos estudantes, que passam a encarar a universidade apenas como um local passageiro e sem afeto individual.

“A convivência é essencial para fortalecer a comunidade universitária, criar vínculos e estimular o pertencimento. Perdemos um espaço que deveria ser de luta estudantil, de troca de experiências, de formação humana”, explicou a presidente do DCE.

Segundo ela, o espaço poderia sediar desde eventos culturais, como saraus, apresentações musicais e batalhas de rima, até feiras e manifestações. 

“Hoje, tudo é concentrado no parlatório, que é pequeno e também está em condições precárias. O auditório dentro do prédio do DCE foi transformado em sala de descanso e outra sala em espaço de estudos, mas o espaço é limitado. Isso prejudica a expressão estudantil”, detalhou a presidente.

Confira imagens do estado em que se encontra o prédio:

Impactos emocionais na vida universitária

A dirigente do DCE também alerta para os impactos emocionais da falta de espaços de convivência, especialmente entre alunos em situação de vulnerabilidade. “Quando se tira o espaço de contato humano, a saúde mental é a primeira a ser afetada. Estudantes se sentem isolados, e isso influencia até na permanência nos cursos. Um evento cultural pode ser o alívio que impede alguém de desistir da graduação”, comentou a estudante.

Apesar dos obstáculos, o DCE tem buscado alternativas. “Em 2024 encaminhamos a solicitação para a administração superior solicitando que o espaço fosse reaberto, o mesmo informou que a universidade assinou uma licitação para que seja construída uma nova área de convivência. Essa informação chegou ao DCE neste ano. Ainda não temos uma data concreta para início das obras, o que nos deixa em um estado de incerteza de quando se iniciaram as obras”, explicou a presidente do diretório.

Procurada pela nossa equipe de jornalismo para esclarecer sobre a reforma do espaço, a Reitoria da UFRR não respondeu a solicitação até o fechamento desta matéria. Os acadêmicos seguem sem respostas e sem um lugar para descansar de suas rotinas na universidade. A presidente do DCE reforça o compromisso com a mobilização para cobrar os direitos básicos para os estudantes.

“ Está difícil manter os estudantes engajados, a maioria não acredita mais que algo possa mudar, mas seguimos tentando. O espaço do DCE é nosso, e a luta por um ambiente universitário digno e humano continua viva. Sem luta, ninguém garante direitos”, finalizou a acadêmica.

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