AGENDA DA SEMANA

Secretário de Educação afirma que ensino integral não tem funcionado em Roraima

De acordo com Nonato Mesquita, a adesão à modalidade de ensino é um dos problemas. O estado tem cinco escolas de Ensino Médio Integral

Nonato Mesquita também falou sobre as militarizadas de Roraima. (Foto: estúdio/Folha FM)
Nonato Mesquita também falou sobre as militarizadas de Roraima. (Foto: estúdio/Folha FM)

O secretário estadual de Educação, Nonato Mesquita, afirmou que o ensino integral não tem funcionado em Roraima. Segundo ele, pais e alunos preferem a existência de um horário livre para trabalho ou auxilio para a casa.

A fala do secretário ocorreu nesse domingo (23), durante entrevista ao Agenda da Semana, da rádio Folha FM. De acordo com Mesquita, eram credenciadas 21 escolas para oferta de ensino integral, atualmente são apenas cinco porque as demais saíram do programa pela falta de adesão da população. O mesmo problema estaria ocorrendo nas atuais escolas.

“Eu estou tendo problema com essas cinco porque algumas [escolas], por exemplo, no final do ano passado eu estive em Rorainópolis, na escola José de Alencar, justamente porque os pais já não aceitam essa modalidade de ensino. Às vezes, tem aluno de 17, 18 anos que quer trabalhar para ter um dinheiro extra para levar a namorada no cinema, mas está com o tempo lotado na escola e o pai não tem condições de subsidiar”, disse o secretário.

O modelo de Ensino Médio Integral é composto da ampliação da jornada, de meio período para o dia inteiro, para formação integral do estudante. Conforme dados da Seed de março deste ano, 1.657 alunos fazem a modaldidade que está nas escolas Maria das Dores Brasil e América Sarmento Ribeiro (Boa Vista), Padre José Monticone (Mucajaí), José de Alencar (Rorainópolis) e José Vieira de Sales Guerra (Caracaraí).

No caso das escolas do interior, os pais pedem o retorno do meio período para ter mais auxílio dos filhos nas atividade domésticas e de renda da família.

“Lá em Rorainópolis, alguns pais me disseram assim: ‘eu preciso do meu filho num horário livre para me ajudar na lavoura, eu preciso do meu do meu filho em horário livre para me ajudar no comércio, para me ajudar em casa’. É uma realidade da qual nós não podemos fugir”, completou Mesquita.

Segundo o secretário de Educação, a modalidade também é mais cara, custando 35% a mais do que uma escola com ensino de meio período. Isso porque precisa disponibilizar mais alimentação (em média cinco refeições diárias por aluno) mais algum atrativo, como um curso técnico, que garanta a permanência do estudante na escola.

Outros assuntos

Nonato Mesquita foi novamente convidado para falar sobre as escolas militarizadas de Roraima. Com isso, reforçou que as 33 escolas militarizadas são as que mais dão resultados positivos à rede de ensino estadual.

O secretário também comentou sobre a Educação em Roraima ser majoritariamente custeada com verbas estaduais, ressaltou as dificuldades da entrega de merenda escolar às escolas mais distantes e anúncio de reformas nas escolas nas comunidades indígenas. A entrevista completa está disponível no canal da Folha FM 100.3, no YouTube.