Com o objetivo de valorizar a profissão e despertar o interesse dos alunos, o professor e mestre em Ensino de História, Hudson Araújo, utiliza as redes sociais como uma extensão do que ele ensina em sala de aula, permitindo que temas históricos e debates atuais cheguem de forma leve e interativa aos alunos e ao público em geral.
Hudson leciona desde 2014, ele atua tanto na educação básica quanto no ensino superior e afirma que “ensinar vai muito além da sala de aula”.
“Meu foco atual é a valorização do professor, falo sobre as dificuldades, mas também sobre as conquistas e a importância desse profissional. Gosto de discutir fatos históricos com humor e a criação de memes, pois entendo que funciona como “ponte” para debates mais sérios”, disse.
O professor destacou que as redes sociais podem ser uma poderosa ferramenta para ampliar o aprendizado dos estudantes. “Muitos dos assuntos que discutimos em sala de aula chegam às redes sociais, funcionando como uma continuação do ensino. É como se fosse uma extensão do que faço com meus alunos”, explicou.
Por que História?
Hudson contou que sua motivação para se tornar professor de História surgiu, inicialmente, de sua paixão pelo assunto.
“Quando comecei a faculdade, ainda não sabia ao certo o que realmente gostava, mas logo percebi que ensinar História era algo que eu amava. Sempre fui fascinado pelo tema desde criança, principalmente pelo Egito Antigo. Filmes como A Múmia e brincadeiras com cartinhas históricas também foram, de certa forma, uma influência”, acrescentou.
Redes Sociais
Além de professor, Hudson Araújo também é um influenciador digital. Somente no Instagram, ele reúne cerca de 30 mil seguidores. O professor compartilhou que sua ida para as redes sociais, veio por meio de incentivo dos próprios alunos.
“Vivemos uma cibercultura em que eles estão constantemente conectados, usando memes, séries e filmes para se relacionar com os conteúdos”, relatou.
“Muitos começaram a me perguntar: “Professor, por que você não cria uma rede social?” Foi a partir disso que comecei a fazer essa ligação entre sala de aula e redes sociais. É muito legal porque os alunos veem um tema na aula e, quando chegam em casa, já têm memes e discussões sobre o mesmo assunto”contou.
De maneira interativa e com muito humor, o professor compartilha em suas redes sociais conteúdos que vão desde fatos históricos até notícias atuais que podem ser relacionadas com eventos do passado. “História não é só sobre o passado, mas sobre o presente. Trazer essa relação permite uma discussão rica e acessível para todos”, completou.
Hudson disse que apesar dos resultados positivos, as redes sociais também tem seus desafios.
“Nas redes, a desvalorização do professor é ainda mais evidente. Quando falo sobre temas como a ditadura militar, há quem critique ou questione meu trabalho. Isso gera haters e exige combate constante a fake news. Mas, acredito no papel do professor como alguém que “planta no escuro” nem sempre sabemos quem será impactado, mas nosso trabalho vai florescer em algum momento”.
Conselho de quem tem experiência
Hudson destacou que os professores que desejam utilizar as redes sociais para compartilhar conhecimento devem, antes de tudo, verificar as fontes e ter uma base sólida sobre o que estão transmitindo.
“Também destaco a importância da paciência, da compreensão e do estudo sobre as lógicas das redes sociais. Engajar-se com outros professores e valorizar quem produz conteúdo é essencial. O que fazemos nas redes é apenas uma extensão do trabalho que já realizamos em sala de aula. Todo professor, de certa forma, é uma influência.”
Dia do Professor
Comemorado no dia 15 de outubro, o Dia do Professor foi uma temática frisada pelo profissional. “É um momento de conscientização. Serve para falar sobre nossas feridas e desafios, como a desvalorização financeira e social”.
“Além de ser uma oportunidade de falar sobre a importância do professor como base de toda sociedade. Não existe país, arte, política ou educação sem professores. Então é hora de refletir e começar a valorizar mais a profissão”, evidenciou.
Hudson alertou ainda sobre o futuro da profissão. “Hoje, poucos alunos pensam em seguir a carreira, e enfrentaremos um apagão de professores em todas as disciplinas. Quem deseja se tornar professor precisa unir paixão, estudo e dedicação. Quem escolhe essa carreira precisa se comprometer com essa missão”, finalizou.