REDE MUNICIPAL

Mãe diz que filho de 5 anos sofreu agressões dentro de escola

Segundo a Smec, a criança teve uma crise e se machucou ao esbarrar na quina de uma mesa

A mãe disse que o filho não quer mais ir à escola depois do ocorrido (Foto: Arquivo pessoal)
A mãe disse que o filho não quer mais ir à escola depois do ocorrido (Foto: Arquivo pessoal)

A mãe de um aluno de 5 anos do 2° ano da Escola Municipal James Macelaro Thomé, no bairro Centenário, alegou que o professor e o cuidador teriam agredido o filho dela durante a aula. A criança é diagnosticada com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Em imagens enviadas pela à FolhaBV, é possível identificar marcas vermelhas no rosto e corpo do menino.

Segundo Maria Nunes, no dia 4 de abril, a criança apareceu com arranhões no corpo e afirmou que teriam sido causados pelo cuidador. Questionada pela mãe, a Secretaria Municipal de Educação (Smec) teria dito a ela que o cuidador precisou segurar a criança, que estaria agitada.

Nessa quarta-feira (17), a criança voltou da escola com uma marca de mão no rosto e disse que teria levado um tapa do professor. A mãe procurou a Smec de novo e disse que a secretaria teria culpado o diagnóstico da criança, mas sem ter dado indícios de que responsabilizaria o educador pelo ocorrido. Afirmou ainda que a psicóloga teria dito que o filho dela poderia ter mentido e que, segundo a profissional, “ou troca de cuidador ou muda o jeito dele”.

A mãe afirmou que ele chegou em com arranhões no joelho no dia 4 de abril (Foto: Arquivo pessoal)

“As providências que a Smec sugeriu giram em torno do diagnóstico do meu filho. Disseram que ele tem que tomar remédio, mas o médico que o acompanha não passou medicamento para ele. Eu sei que meu filho é agitado e bravo, mas é inadmissível um professor adulto agredir uma criança. Dá medo de levar para a escola e voltar agredido de novo, ele nem quer ir mais”, relatou a mãe.

A diarista afirmou que registrou Boletim de Ocorrência sobre a suposta agressão e teria levado a criança para realizar exame de corpo de delito. Também disse que denunciou a situação no Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) e no Conselho Tutelar.

OUTRO LADO

A FolhaBV entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Boa Vista que se manifestou por meio da seguinte nota:

A Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC) esclarece que a criança envolvida no incidente teve uma crise durante as atividades em sala de aula. Trata-se de um aluno atendido no contexto da Educação Especial, com diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Opositor Desafiador (TOD).

Próximo ao término da aula, o aluno desencadeou comportamentos e reações impulsivos, correndo pela sala, empurrando móveis, arremessando objetos, momento no qual esbarrou na quina de uma mesa, caiu sobre cadeiras, resultando no incidente. Conforme orienta o protocolo nesses casos, o professor e o cuidador da sala tentaram acalmar o aluno para preservar sua integridade física e das outras crianças presentes no local.

A Gestão da Escola, tão logo tomou ciência do incidente, acionou a Equipe da Gerência de Apoio Pedagógico e Psicossocial (GAPPS) da SMEC, que iniciou o trabalho de acolhimento e orientação a todas as partes: criança, sua família e profissionais citados no caso. A Ouvidoria também foi acionada para garantir a apuração do ocorrido e o bom andamento do processo de aprendizagem no ambiente escolar.