Economia

Estudo revela que faturamento do e-commerce cresceu 26% em 2021

Os dados possibilitam analisar comportamentos, tendências, mudar rumos e se preparar para novos desafios. Pensando nisso, foi lançado o Relatório sobre o Comportamento do Consumidor, que analisa as bases de dados das empresas, para contar como foi 2021 para o varejo on-line, o e-commerce, e trazer tendências do comportamento do público para os meses que estão por vir.

Apesar do último ano ser duro para a economia, o faturamento do varejo on-line cresceu 26% em relação a 2020. O faturamento chegou a R$ 161 bilhões no ano, com 353 milhões de pedidos e ticket médio de R$ 455. Dentro destes valores, as categorias de produtos que mais faturaram foram Celulares (20%), Eletrodomésticos (13%), Eletrônicos (10%), Informática (9%) e Moda (9%).

E qual mês mais rendeu para o varejista on-line? 

Novembro foi o mês com maior destaque em visitas, cadastros e vendas em 2021 – não à toa, uma vez que de acordo com a pesquisa sobre a jornada de compra na Black Friday, feita no ano passado, 60% tinham intenção de comprar na data e cerca de 43% dos consumidores afirmaram monitorar preços até um mês antes do maior evento comercial do ano.

Como todo varejista sabe, a venda não é a única etapa e a jornada não acaba ali. Para fidelizar o cliente, é importante criar um relacionamento e grande parte desse trabalho passa pelo atendimento. Entre os diversos canais possíveis para esse contato, o WhatsApp foi o mais utilizado – sendo também o que mais cresceu no último ano. “Provavelmente isto se deve por ser um canal que está sempre à mão, prático e ágil para o dia a dia”.

Os mais procurados

Entre as diversas categorias de produtos disponíveis no e-commerce, Farmácia e Saúde são as que mais cresceram em número de visitas no ano de 2021, com aumento de 132% em relação ao ano anterior. O estudo revela que o crescimento e o consumo de remédios podem estar atrelados à comercialização de produtos como dermocosméticos, pois o país é o quarto maior no mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo. Outra categoria que teve um expressivo crescimento foi Materiais de Construção, com incremento de 46% nas visitas.

Dentro de 2021 também aconteceram variações nas buscas entre o primeiro e segundo semestre do ano. Eletrodomésticos e Eletroportáteis foram procurados 58% a mais na segunda parte do ano. Já Materiais de Construção e Bebidas tiveram destaque na primeira metade de 2021.

Já quando o assunto é delivery de comida, quem ganhou em receita foi a culinária japonesa. Apesar de contar com um volume de pedidos inferior ao das pizzarias, os restaurantes deste tipo faturaram mais, o que pode estar atrelado a um maior investimento do consumidor em pedidos com um custo mais alto

Consumo por região

Outra variação interessante é a que acontece nas regiões do Brasil. Primeiro, em quantidade de acessos, o Sudeste segue liderando, seguido do Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Segundo, existe diferença nas categorias mais buscadas em cada região: Beleza e Cosméticos é a categoria mais procurada pelos consumidores do Norte (32%) e Nordeste (30%); A categoria que mais cresceu em visitas, Farmácia e Saúde, é a que mais atrai o público do Sudeste (48%) e Centro-oeste (25%); Bebidas concentra o maior tráfego (49%) dos residentes do Sul. 

A hora e a vez do mobile

Outro ponto de destaque é o tipo de acesso por onde o potencial consumidor acha o seu produto. De acordo com o relatório, as visitas por mobile cresceram mais de 28% no segundo semestre. Este movimento pode estar atrelado à popularidade do Social Commerce, por exemplo, considerando que os estudos mostram que 76% dos brasileiros utilizam as redes sociais para pesquisar produtos”.

Questões que pesam no bolso

Outro ponto importante para todo e-commerce é o frete. De acordo com os dados do Relatório, a prática do frete grátis cresceu de 2019 a 2021 e diminuiu o valor médio quando ele é cobrado. Isso indica que o comerciante está ligado com o que o consumidor deseja. Hoje as empresas já têm acesso a uma base de dados que pode ser usada para nortear essas estratégias para oferta de benefícios como esses, a fim de que cupons ou frete grátis, por exemplo, sejam distribuídos de forma inteligente para aqueles consumidores com maior potencial de conversão.

Quanto às formas de pagamento, o cartão segue liderando em 2021, crescendo 4.7 pontos percentuais em relação ao ano anterior, chegando a representar 71,7% das vendas. A participação dos boletos caiu de 32,4% para 24,4% e o PIX representa 3,6% das transações em 2021.

O relatório apresenta alguns setores que se destacaram em 2021, a exemplo de Farmácia e Saúde, que podem continuar relevantes neste ano. Além disso, vale sempre destacar que é essencial para os varejistas usar os cadastros e os dados coletados na sua base para entender o comportamento do consumidor e qual a melhor forma de se comunicar — dica que vale para todos os segmentos.