Economia

Empresários da Lotus são denunciados à Justiça por 'golpe do empréstimo'

Esquema movimentou R$ 156 milhões de reais a crédito, envolvendo pessoas em Roraima e outros quatro estados

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou oito empresários que operavam uma instituição financeira em Roraima com investimentos de alto risco e sem autorização do Banco Central. O esquema movimentou milhões de reais a crédito, envolvendo pessoas em outros quatro estados: Amazonas, Pará e Rio Grande do Norte. A denúncia foi recebida pela Justiça Federal.

O alvo da ação judicial é grupo Lotus Corporate, que em Boa Vista foi acusado de aplicar golpe do empréstimo em servidores públicos, conforme revelou a FolhaBV em outubro do ano passado. Nove dias após a denúncia, a Polícia Federal deflagrou uma operação para cumprir mandados de prisão preventiva contra empresários do grupo em Boa Vista, Manaus, Belém e Natal. A corporação apurou que, em um período de dois anos, o grupo empresarial investigado movimentou, aproximadamente, R$ 156 milhões. Os sócios e representantes, por sua vez, apresentaram evolução patrimonial meteórica, enquanto ostentavam um alto padrão de vida em redes sociais.

O principal alvo do esquema eram servidores públicos, que eram incentivados a obter empréstimos junto ao banco para investir nas instituições do grupo. A divulgação dos serviços era feita de forma intensiva pela internet, utilizando mídias sociais para relatar como eram os investimentos realizados, apresentar propagandas com ‘selo de aprovação’ de pessoas famosas e mostrar riquezas conquistadas por meio dos investimentos, além da divulgação de patrocínios e eventos.

Depois que os clientes aportavam os valores para as empresas do grupo, parte considerável do dinheiro era destinada para contas pessoais dos oito envolvidos no esquema, inclusive por meio de contas de empresas de fachada, e outra parte era destinada para retroalimentar o esquema criminoso. Com os valores, os integrantes do esquema gozavam de uma vida luxuosa, constantemente divulgada pela internet como forma de reforçar a imagem de sucesso profissional como donos de banco e investidores do mercado financeiro.

Na ação penal apresentada pelo Gaeco, o MPF pede a condenação dos acusados pelos crimes de operação de instituição financeira sem autorização, oferecimento de valores mobiliários sem autorização da CVM, gestão fraudulenta de instituição financeira, ganhos ilícitos por meio de processos fraudulentos, exercício de assessoria de investimento não autorizada e organização criminosa. A ação tramita na 2ª Vara Federal no Amazonas