AGENDA DA SEMANA

Retirada do garimpo ilegal impactou a economia de Roraima, aponta economista

Por outro lado, Fábio Martinez acrescentou ser um cenário já previsto devido outros fatores

Fábio Martinez é economista, secretário estadual adjunto da Seplan e assessor econômico nas federações do Comércio e Indústria. (Foto: Estúdio/Folha FM)
Fábio Martinez é economista, secretário estadual adjunto da Seplan e assessor econômico nas federações do Comércio e Indústria. (Foto: Estúdio/Folha FM)

O estado de Roraima sentiu efeitos econômicos após a retirada do garimpo ilegal em terras indígenas, é o que aponta o economista Fábio Martinez em entrevista ao Agenda da Semana. O programa esteve no ar nesse domingo (27), na rádio Folha FM 100.3.

Para Martinez, foi possível ver uma redução na economia roraimense, talvez relacionada ao garimpo, entre janeiro e abril. De acordo com o economista, durante as avaliações sobre o comércio local, tanto com comerciantes quanto em vendas, foi possível notar um desaquecimento no setor desde o início do ano.

“Querendo ou não, apesar de não ter dado oficial de quanto o garimpo movimenta no estado de Roraima, a gente sabe que movimenta. A gente sabe que tinha abate de gado específico para lá, a gente sabe que tinha estabelecimentos comerciais [que vendiam e] que tinham pessoas que compravam uma parcela significativa para o garimpo, só que a gente não tinha detalhamento. O que a gente observou é que teve uma queda no comércio”,

aponta Fábio Martinez.

Por outro lado, mesmo que dados oficiais “corroborem com a narrativa” de que a atividade ilegal refletiu na economia, Martinez relembrou que a mudança presidencial também poderia ter efeitos econômicos. Principalmente, sobre a confiança do empresários quanto ao comércio em Roraima.

“A gente não sabia como seria o trâmite do Governo Federal com o Governo do Estado, a questão de ampliação de terras indígenas ou de áreas de preservação, que a gente já tem bastante por aqui, o que gerou uma insegurança. […] Quando um empresário está otimista, ele tende a acreditar, contratar mais e abrir novas empresas, mas quando ele está pessimista, ele segura os investimentos”, explica o economista.

Otimismo mesmo com alerta

Martinez ainda acrescentou estar otimista quanto a economia de Roraima, que segue crescendo, mesmo não sendo expressivamente e menor que ao ano passado. Conforme ele, os segmentos do comércio e a construção civil estão em alerta também.

“A gente ainda com esses dados positivos de emprego formal, me dá um alento. O principal problema que eu vejo, é o alto índice de endividamento de Roraima”, relembra Fábio, que o estado tem mais de 90% da população com dívidas.

O economista também comentou sobre alguns impactos da reforma tributária, que deve ser votada no Senado até início de outubro. A entrevista completa está disponível no YouTube. Confira!