Economia

Cerca de 35% da população de RR está com o ‘nome sujo’

Total de endividamento dos roraimenses é de R$ 825 milhões. Cartões de crédito seguem como as principais dívidas

O “nome sujo na praça” é a realidade de ao menos 35% da população de Roraima. O valor total de dívidas também impressiona, chegando a mais de R$ 825 milhões. Os dados são do Serasa.

A última estimativa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a população de Roraima atingiu a marca de 634.805 habitantes. Conforme o Serasa, o total de endividados no estado é de 222.993 pessoas.

Os inadimplentes roraimenses possuem, juntos, 954.201 dívidas, ou 4,27 cada um se dividido igualmente. O principal culpado? O cartão de crédito, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) anual da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Apesar de ser o principal vilão do bolso do roraimense, o cartão de crédito apresentou queda no protagonismo das dívidas na comparação entre dezembro de 2021 e 2022.

O economista da Fecomércio, Fábio Martinez, afirma que outro tipo de dívida que também caiu consideravelmente, foi o referente a financiamento de casa, saindo de 11,0% em dezembro de 2021 para 7,3% em dezembro de 2022.

“Essa redução se deve, principalmente, por conta do aumento das taxas de juros. Por outro lado, continua aumentando o número de famílias endividadas com carnês, atingindo o percentual de 48,3%”, destacou.

Endividamento familiar

O levantamento feito pela CNC aponta que em Roraima, o ano de 2022 encerrou com 83,6% das famílias roraimenses endividadas. O percentual se manteve estável na comparação com o mês de novembro, completando uma sequência de 20 meses seguidos de endividamento superior aos 80%.

Segundo Fábio Martinez, “tanto o número de inadimplentes, quanto de famílias sem condições de pagar suas dívidas, aumentaram em dezembro passado, chegando respectivamente a 34,7% e 7,3%”.

A CNC aponta que os efeitos da pandemia, com o fechamento de negócios e o aumento do número de desempregados, e no pós-pandemia com o avanço da inflação, fez com que as famílias com rendas mais baixas precisassem recorrer ao crédito para manutenção do consumo de primeira necessidade. Enquanto entre as famílias de maior renda a retomada do consumo reprimido levou a maior contratação de dívidas. Esses fatores, geraram o aumento no número de endividados em 2022 no País.