O IBGE divulgou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), em que destaca que em Roraima a taxa de desocupação no 4º trimestre de 2018 foi estimada em 14%, sendo esta a mais alta registrada no Estado desde que se iniciou a pesquisa. A variação foi 4,7 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Em números absolutos, estavam desocupadas 32 mil pessoas, 12 mil a mais se compararmos com o período equivalente de 2017. A Folha foi às ruas saber da população ao que ela atribui esse crescimento na taxa de desocupação no Estado.
Elisandra de Paula, 33 anos, desempregada (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Tá faltando emprego para o roraimense. Estou há muitos anos desempregada e deixando currículos na busca de alguma oportunidade. O Estado vive uma crise em todas as áreas e a população só cresce. Não estávamos preparados para tantas mudanças em tão pouco tempo.”
Denison da Silva, 33 anos, mecânico (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Atribuo o índice de desocupação no Estado à presença dos imigrantes. O mercado de trabalho ficou mais concorrido. Em todos os comércios que entro, vejo que metade dos funcionários é venezuelana. O Estado não é mais aquele lugar distante de todos os outros com grandes oportunidades para começar um negócio, ou criar os filhos com uma renda básica.”
Maicon da Silva, 25 anos, vendedor (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“O estrangeiro está ocupando as vagas destinadas aos brasileiros. A mão de obra oferecida é muito mais barata, a necessidade faz com que eles aceitem uma vaga com um salário inferior pela grande necessidade em se manter. Pouco é melhor que nada.”
Valdene Diamantino, 58 anos, dona de casa (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Os brasileiros viraram segunda opção na hora de serem contratados. Às vezes, a necessidade do imigrante em ter uma renda mais fixa faz com que se empenhe o dobro para receber qualquer trocado. A taxa de desocupação cresceu porque a concorrência também cresceu.”
Marlúcia Brito, aposentada (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Em todo o Brasil, observamos o mercado de trabalho mais competitivo. Está faltando emprego. Já aqui em Roraima, a presença dos imigrantes afeta bastante o crescimento da taxa de desocupação. Infelizmente, o trabalho escravo ainda existe e está mascarado. O patrão quer alguém que trabalhe muito e que aceite pouco e os imigrantes oferecem essa opção.”
Thiago Lima, 33 anos, assistente contábil (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)
“Sem programas de benefícios aos trabalhadores, fica difícil as empresas oferecerem novas oportunidades. Não há apoio do governo federal para a geração de mais empregos. Em Roraima, a principal atribuição é a mão de obra venezuelana que oferece muito mais vantagens de contratação do que a de um brasileiro porque não trabalham de carteira assinada.”