Cotidiano

Você na Folha debate Concursos Públicos

No sábado, 2, o governo do Estado anunciou o cancelamento de concursos públicos justificando não ser possível manter os gastos devido ao atual momento de crise. A Folha conversou com alguns concurseiros sobre a decisão.

Edichard Souza dos Santos, 29 anos, designer (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Primeiramente, a gente até entende o lado do governador quando se trata da situação financeira, mas todos nós fomos pegos de surpresa por este cancelamento. Esperávamos uma suspensão, mas no concurso da PM já fizemos a primeira fase, que é a prova. E ele, como interventor no final do ano, deveria ter cancelado este concurso ainda em dezembro, antes da prova”.

Klynton Oliveira Souza, 26 anos, autônomo (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“É um absurdo. Com esse cancelamento, várias pessoas estão perdendo as esperanças e queremos, no mínimo, um adiamento, porque o concurso da Polícia Militar ainda tem várias etapas para ser cumpridas. E já está pago por nós com o valor da inscrição e queremos terminar as etapas”.

Thuany Fernandes, 30 anos, maquiadora e blogueira (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Acho uma injustiça por vários pontos. Ele acha que cancelando o concurso vai segurar dinheiro, mas não é assim que funciona. Anualmente, há um calendário de promoções da segurança pública, ou seja, quem está na rua é a base e quem é soldado este ano, no próximo vai ser cabo ou terceiro sargento. Vai chegar um momento que não vai mais ter soldados para ficar na rua. O concurso público é necessário por este motivo”.

Emily Karoline, 20 anos, estudante (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Para todos os concurseiros, tanto quem estuda aqui no Estado, quanto quem veio de fora e investiu em cursos preparatórios, é deprimente para todo mundo, é frustrante e o sentimento de cada um é de revolta. Nós lutamos, nós passamos noites em claro, particularmente tive que tomar remédio para ansiedade e esse concurso desde o início foi um problema e tanto”.

Marcos José, 23 anos, funcionário público (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“É uma grande falta de respeito com o concurseiro, termos estudado bastante e nos dedicado muito, é um investimento muito grande que não fica só na inscrição do concurso. Então, é uma injustiça muito grande com quem se dedica e gasta seu tempo, deixa a família de lado, é uma dedicação acima do valor que o dinheiro pode pagar”.

Jennis Ferreira, 38 anos, técnica em enfermagem (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

“Devido à idade, eu não prossegui com o projeto da PM, mas já estava estudando há dois anos. Porém, eu desloquei o conhecimento para o concurso da Polícia Civil para auxiliar de necropsia, porém gastamos tanto, sonhamos com coisas melhores, com coisas boas e quando conseguimos nos centralizar, vem o novo governo e te sabota”.