Cotidiano

Vila na região do Paredão é rota de fuga de garimpeiros

A área já funcionava como ponto de chegada e saída daqueles que buscavam enriquecer; agora, a disputa é por conseguir corrida até Boa Vista

A Vila Reislândia é um dos principais pontos de parada dos garimpeiros que deixam os locais de mineração ilegal de ouro na região do rio Uraricoera, nas terras Yanomami. A área onde é mais conhecida como Paredão e já funcionava como ponto de chegada e saída daqueles que buscavam enriquecer.

Com a Operação Libertação, que reúne forças governamentais para acabar com a atividade garimpeira ilegal nas terras indígenas, o local virou uma efervescente rota de fuga. Ali, dezenas de motoristas de aplicativo fazem fila, próximo a um posto de gasolina, para ajudar a evacuar os garimpeiros da região.

A fuga começa depois de uma viagem de barco que pode durar alguns dias e ao custo de dois e cinco gramas de ouro. Segundo relatos de garimpeiros, eles precisam desembarcar em um ponto chamado de “beira” e encarar uma esburacada estrada de terra de quase 40 quilômetros a bordo de uma caminhonete, em um trajeto que custa R$ 250, para chegar à pequena vila do Paredão.

Em seguida, motoristas de aplicativo já esperam na vila para levar os garimpeiros até Boa Vista no valor de R$ 150 por pessoa em uma viagem coletiva. 

Oportunidade de corrida
Muitos motoristas pernoitam no posto de gasolina da Vila de Resilândia, esperando os primeiros clientes de garimpeiros para ter oportunidade de conseguir a corrida. O clima entre os motoristas é de desconfiança em relação aos carros de polícia que eventualmente circulam por ali, mas também de competição entre eles. Quando uma caminhonete chega da “beira”, com um grupo de garimpeiros, os motoristas disputam a corrida.