O município de Uiramutã, em Roraima, registrou em 2022 o menor rendimento domiciliar mensal per capita do país, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A média local foi de apenas R$ 289 por pessoa, valor que representa menos de 7% do rendimento do município mais rico do Brasil, Nova Lima (MG), que alcançou R$ 4.300.
Os dados fazem parte do módulo Trabalho e Rendimento do Censo 2022, que traz indicadores sobre ocupação, rendimentos e escolaridade da população em todas as Unidades da Federação e municípios brasileiros divulgados nesta quinta-feira (10).
Localizado na fronteira com a Guiana, Uiramutã é o município mais setentrional do país e tem grande parte de seu território situado em terras indígenas, o que influencia sua dinâmica econômica. Com uma população majoritariamente indígena e dependente de atividades de subsistência e de programas sociais, a cidade enfrenta desafios históricos de infraestrutura e acesso a serviços públicos.
Segundo o levantamento, o rendimento médio domiciliar per capita nacional em 2022 foi de R$ 1.638. Os maiores valores foram registrados no Distrito Federal (R$ 2.999), em Santa Catarina (R$ 2.220) e em São Paulo (R$ 2.093). Já os menores ficaram com Maranhão (R$ 900), Amazonas (R$ 980) e Pará (R$ 994).
Entre os municípios, além de Uiramutã, aparecem com os menores rendimentos Bagre (PA) e Manari (PE) – ambos com R$ 359 –, Belágua (MA) (R$ 388) e Cachoeira Grande (MA) (R$ 389).
O contraste com as cidades de maior renda mostra a profunda desigualdade regional no país. Enquanto Nova Lima (MG), São Caetano do Sul (SP) e Florianópolis (SC) superam R$ 3,5 mil de rendimento mensal por pessoa, municípios do Norte e Nordeste ainda apresentam níveis de renda comparáveis à linha de extrema pobreza.
Para o IBGE, os resultados reforçam a importância de políticas públicas direcionadas à inclusão produtiva, ampliação do acesso à educação e diversificação econômica nas regiões mais vulneráveis do país, como o norte de Roraima.