Cotidiano

Terceirizados voltam a protestar por salários atrasados

Funcionários de Caracaraí se concentraram em frente ao Palácio Senador Hélio Campos e Sefaz para cobrarem pagamento de salários

O drama dos servidores terceirizados sem salários completou seis meses. Inconformados, dezenas deles, que atuam em Caracaraí a serviço das empresas Haiplan Construções Comércios e Serviços Ltda. e Limponge, voltaram a protestar em frente ao Palácio Senador Hélio Campos na manhã de ontem, 4, em busca de respostas.

De acordo com o grupo de manifestantes, as empresas não dão nenhum tipo de informação sobre a situação. Outra reclamação é que eles precisaram se descolar até Boa Vista para tentarem chamar a atenção do governo do Estado e cobrar o pagamento imediato. A mobilização é a segunda feita em pouco mais de duas semanas pelos funcionários das empresas que prestam serviços de limpeza em escolas estaduais e unidades hospitalares.

“Veio dinheiro para pagar todo mundo e por que não pagou? Por que pagaram apenas aos outros, que foram privilegiados e a gente não? Ontem, cheguei em casa e cortaram a minha energia, dormimos no escuro. São mais de R$ 1 mil. De onde eu vou tirar esse dinheiro?”, questionou a mulher de um dos funcionários das empresas.

Os manifestantes afirmaram que a situação financeira não se tornou mais grave porque eles contam com a ajuda de familiares, mas ressaltaram ter passado as festas de fim de ano sem quaisquer comemorações por não terem dinheiro. Eles reclamaram ainda da falta de mobilização dos servidores públicos estaduais para dar mais suporte aos terceirizados.

CONVERSAS – Um dos organizadores entrou no Palácio Hélio Campos e garantiu ter conversado com o secretário-chefe da Casa Civil, Disney Mesquita, que teria informado não poder resolver a situação, indicando que os manifestantes procurassem a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) para exporem os problemas.

“Quem vive de aluguel, o material escolar dos filhos, luz cortada, alimentação, como vamos fazer? Está difícil. Vamos continuar nos manifestando se não se resolver, porque queremos o nosso pagamento e alguma resposta breve. Como vamos sobreviver?”, lamentou o servidor Oziel Coelho. Ele ressaltou que nos dois anos em que trabalha na empresa Haiplan, nunca enfrentou situação parecida.

Após decisão em conjunto, o grupo foi para a Sefaz em uma nova tentativa de conversar com o secretário, o general Eduardo Pazuello. Conforme relatou o organizador da mobilização, horas depois, Pazuello recebeu os manifestantes e informou que está ocorrendo uma auditoria na folha de serviço das empresas que já constatou irregularidades com as frequências dos servidores.

“Ele [general Pazuello] não deu um prazo para o pagamento. Disse que tem três dias para resolver essa questão das frequências. Vamos voltar para Boa Vista na terça-feira [8] e saber se vão nos pagar”, destacou Oziel Coelho, enfatizando que, no começo da tarde de sexta, os funcionários procuraram as empresas para solicitarem novos posicionamentos, mas não foram recebidos.

Sefaz afirma que está fazendo auditoria

A Secretaria de Comunicação informou, por meio de nota, que a equipe de apoio da Secretaria de Fazenda (Sefaz) está auditando, com prioridade, todos os contratos com empresas terceirizadas e colocando na ordem cronológica regulamentar de credores do Estado para pagamento.

Informou ainda que o pagamento está atrelado à Receita do Estado (arrecadação própria), não havendo previsão de aporte financeiro do governo federal.

EMPRESAS – A equipe de reportagem procurou os responsáveis pelas empresas Haiplan Construções Comércios e Serviços Ltda. e Limponge, tanto por telefone quanto nas respectivas sedes, porém não conseguiu resposta até o fechamento da matéria. (A.P.L)