Cotidiano

Técnicos paralisam e cobram insalubridade

O estado conta com 140 técnicos em radiologia que atuam nas unidades de saúde e tiveram pagamento do benefício reduzido de 40% para 20%

RODRIGO SANTANA

Editoria de cidades 

Os técnicos em radiologia fizeram uma paralisação na manhã desta segunda-feira, 07, em frente ao Hospital Geral de Roraima (HGR) para reivindicar o pagamento integral do adicional de insalubridade, que era de 40%. 

Segundo o presidente do Sindicato dos Tecnólogos, Técnicos e Auxiliares em Radiologia do Estado de Roraima (Sintear), Douglas Borges, o valor pago aos servidores foi reduzido pela metade, sem que a categoria fosse comunicada da alteração.

“Fomos pegos de surpresa com a decisão do governo estadual em reduzir o benéfico, que é garantido por lei à nossa categoria. Não podemos abrir mão do nosso direito e vamos lutar por ele”, disse.

Borges lembra que o adicional de insalubridade de 40% começou a ser pago em 2015, após acordos com gestões de governos anteriores e que o percentual segue uma Lei Federal, que regulamenta a profissão da categoria.

“Conforme a Lei Federal nº 7.394/85, os técnicos de radiologia possuem o direito de 40% do adicional de insalubridade. Mas o governo decidiu reduzir pela metade com base no Parecer nº 56/2017 da Coordenadoria de Pessoal da Procuradoria Geral do Estado (PGE/RR)”, explicou.

Ele disse ainda que se reuniu, recentemente, com a secretária de saúde, Cecília Lorezom, que se comprometeu em formular uma proposta de um projeto de lei para encaminhar para Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR).

“Na conversa que tivemos, a secretária disse que vai apresentar uma nova proposta de projeto de lei à Assembleia, onde será mantido os 40% do adicional de insalubridade, conforme a lei federal”, confirmou.

Atualmente, o estado conta com 140 técnicos em radiologia que atuam nas unidades de saúde do estado. Leandro Correia trabalha há cerca de dez anos como profissional da área e mostrou indignação com a redução.

“Considero um desrespeito do estado com os profissionais da área que se dedicam para garantir a saúde da população. Queremos que nossos direitos sejam garantidos, por esse motivo estamos aqui nessa paralização”, desabafou.

Correia lembra que a categoria exerce uma profissão de risco, já que trabalham com o equipamento que emite radiação, prejudicial para a saúde dos profissionais da área.

“Nossa profissão é de risco. Os equipamentos que trabalhamos emitem radiação cumulativa no organismo das pessoas. Ela acelera as células cancerígenas no organismo. O risco é permanente”, lembrou.

OUTRO LADO – A Sesau (Secretaria Estadual de Saúde) esclareceu em nota que já encaminhou para a Casa Civil a proposta de alteração na lei que estabeleceu percentual de 40% no pagamento de auxílio insalubridade. O assunto foi levantado durante a paralisação de advertência dos servidores da radiologia na manhã desta segunda-feira, dia 7.

A decisão que resultou no reajuste de percentual do pagamento desse auxílio aos servidores ocorreu em razão de um entendimento sobre a questão entre a PGE (Procuradoria Geral do Estado) e a Segad (Secretaria de Estado da Gestão Estratégica e Administração).

“A Sesau destaca ainda que a Casa Civil deve dar continuidade às tratativas sobre o assunto. A intenção do Governo de Roraima é que a proposta venha a ser apreciada o quanto antes pelos deputados estaduais da ALE-RR (Assembleia Legislativa de Roraima). Sobre os efeitos da manifestação, a direção administrativa do HGR (Hospital Geral de Roraima) informa que durante ato organizado pelo Sindicato dos Tecnólogos, Técnicos e Auxiliares de Radiologia, 30% dos serviços da unidade foram mantidos, respeitando o que é preconizado pela lei”.