Cotidiano

Técnicos agrícolas paralisam atividades

A decisão da paralisação foi tomada, principalmente, por servidores que precisam se deslocar às barreiras, mas que já não têm recursos nem para se manter nos locais

O presidente do Sindicato dos Técnicos Agrícolas (Sintag-RR), Claudionei Simon, confirmou que os técnicos agrícolas da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr) decidiram paralisar as atividades nessa segunda-feira, 26. É que sem receber salários há quase dois meses, os técnicos não conseguem exercer suas funções.

A decisão da paralisação foi tomada, principalmente, por servidores que precisam se deslocar às barreiras, mas que já não têm recursos nem para se manter nos locais. A situação piora em casa. Com o atraso salarial, muitos deles já começam a sentir falta de insumos básicos nas próprias residências. “As famílias não conseguem se manter, algumas sequer têm alimentação garantida”, explicou o presidente.

No âmbito da Aderr, além dos técnicos agrícolas, a paralisação também foi adotada pela categoria administrativa, representada pelo Sindicato dos Trabalhadores Civis Efetivos do Poder Executivo do Estado de Roraima (Sintraima). Por outro lado, a dos veterinários e agrônomos, representada pelo Sindicato dos Fiscais Agropecuários de Roraima (Sinfea-RR), está tentando manter a atividade com 30% do efetivo, sem plantões.

Completando quatro dias de paralisação hoje, 29, Simon destacou que as barreiras de Bonfim e Três Corações já foram afetadas. “Já temos prejuízo porque, sem os agentes, não temos nem a garantia de policiamento, que de certa forma já poderia garantir alguma segurança aos locais”, pontuou. Em Alto Alegre e no Passarão, a orientação aos servidores que desenvolvem as tarefas com diárias é trabalhar, a fim de ter o sustento.

Em longo prazo, outros prejuízos ao Estado giram em torno da possível perda do certificado internacional de livre de febre aftosa com vacinação, recebido no primeiro semestre, e da exportação de produtos livres da mosca da carambola. Sobre o último ponto, e sem o funcionamento das barreiras, alguns frutos hospedeiros podem vir a entrar nas áreas consideradas livres.

REPRESENTAÇÃO – Atualmente, o Sintag representa 101 técnicos de fiscalização agropecuária da Aderr, 68 técnicos agrícolas na Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), nove técnicos agrícolas no Instituto de Terras em Roraima (Iteraima) e dois na Fundação de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh).

OUTRO LADO – A Folha entrou em contato com a Aderr para saber se as atividades nas barreiras seriam, de fato, interrompidas. Como resposta, o órgão informou que o pagamento das diárias dos policiais militares que fazem a segurança nas barreiras fitossanitárias já foi posto em dia, e que a fiscalização continua funcionando normalmente em todas as barreiras. No entanto, o presidente do Sintag destacou que a informação não procede. “O que nos causa intriga é que, para o funcionamento das barreiras, estamos falando de um recurso do Governo Federal. É equívoco dizer que as barreiras serão mantidas só pelo policiamento. As pessoas precisam receber seus salários”, finalizou.

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