Cotidiano

Sindicatos falam em paralisação se não houver solução para a BR-174 

Situação na rodovia é precária em trecho do Amazonas, dentro da reserva Waimiri-Atroari. Lideranças sindicais enviaram ofício ao DNIT e Ministério dos Transportes.

Sindicatos do setor de transporte de passageiros, cargas, construção e alimentos devem realizar uma paralisação de 24 horas, caso o governo federal não adote medidas concretas para resolver a situação precária no trecho da BR-174, que fica dentro da reserva Waimiri-Atroari, no lado do Amazonas.

Líderes sindicais se reuniram nesta terça-feira (28) e assinaram um documento com medidas emergenciais que será enviado ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e ao Ministério dos Transportes.

No ofício, os sindicatos pedem uma “operação tapa buraco” no trecho problemático a partir da divisa entre Roraima e Amazonas, além de novo asfaltamento. Também pedem um controle de excesso de peso dos veículos que trafegam na rodovia, para auxiliar na conservação.

O documento é assinado por:

  • Sindicatos Das Empresas De Ônibus (Setrans);
  • Sindicato Das Empresas De Transportes De Cargas Do Estado De Roraima (Setcerr);
  • Sindicato Dos Postos De Roraima (Sindipostos-Rr);
  • Cooperativa Dos Transportes Autônomos De Cargas Do Norte (Coopertan);
  • Sindicato Das Indústrias De Beneficiamento De Grãos Do Estado De Roraima (Sindigrao);
  • Sindicato Da Indústria De Construcão De Estradas, Pavimentação, Terraplanagem E Obras Em Geral Do Estado De Roraima (Sindicon Rr);
  • Sindicato Da Indústria De Bebidas Em Geral Do Estado De Roraima.

Um vídeo gravado nesta terça, mostra a BR-174, no Amazonas, totalmente bloqueada nos dois sentidos. Nas imagens é possível ver uma fila de caminhões devido a dificuldade no trajeto por conta de atoleiros na pista. O problema, inclusive, impede a passagem de veículos pequenos na via, que é a única que liga Roraima ao restante do Brasil.

O presidente do Setrans, Remídio Monai, explica que a categoria vai observar o que será feito ou não pelo governo federal ao longo desta semana. Uma nova reunião está marcada para segunda-feira (6) e caso nenhuma solução seja anunciada, as empresas vão discutir sobre a paralisação como forma de protesto. O fechamento da estrada é descartado.

“A estrada ficaria livre, mas a gente faria uma paralisação por 24 horas, por exemplo, em protesto para ver se a gente consegue sensibilizar as autoridades. 
É importante o DNIT buscar uma solução urgente, senão, Roraima vai ficar isolado. Isso é uma coisa que precisa ser tratada seriamente”, salienta Monai.

Valcir Peccini, presidente do SETCERR, destaca preocupação com um possível desabastecimento do estado, que necessita de cargas transportadas do Amazonas, como o combustível usado na geração de energia. Os gastos com a manutenção dos veículos também aumentou devido aos diversos atoleiros.

“Da maneira que está, em poucos dias ou com a chuva que está acontecendo no estado do Amazonas, de repente com mais duas ou três semanas, já ficaremos ilhados por aqui. Tivemos notícia que por causa da estrada, mais de cinquenta carretas ficaram horas paradas lá no trecho. Isso preocupa. […] Não é a primeira vez que a gente reúne por esse motivo da estrada. Ano passado já fizemos isso, no trecho preocupante que era o de Roraima. Hoje, o principal degradado é o [trecho no] estado do Amazonas. Então, vamos continuar trabalhando em função de um estado que possamos deixar abastecido”, disse.


Líderes sindicais temem o desabastecimento de Roraima, caso a BR-174 fique intrafegável. (Foto: Vanessa Fernandes/FolhaBV)

EM BRASÍLIA

A deputada federal Helena da Asatur (MDB) se reuniu com a presidência da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e deve encontrar também o atual ministro do Transporte, Renan Filho para apresentar as demandas. 

“É uma vergonha que o nosso estado tenha uma rodovia com tantos problemas como a BR-174. Eu levei à liderança do MDB a situação da BR 174 e há um entendimento de toda bancada sobre a importância da aprovação de medidas e envio de recursos para a manutenção da via”, disse.

Por Vanessa Fernandes