Cotidiano

Sinal não garante passagem segura sem botão, diz engenheiro

O cruzamento da Mário Homem de Melo com a Venezuela os sinais são de tempo e a pessoa com deficiência visual não tem como saber quando ele está aberto

Centro Cívico e Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes. Estes são os dois únicos lugares em Boa Vista que contam com sinais que dispõem de botões, para melhor auxílio de pedestres que atravessam as faixas. Esses botões podem parecer um detalhe, mas, segundo o engenheiro cívil do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Roraima (Crea-RR), Marcus Duarte, eles são fundamentais para a garantia de uma passagem segura do pedestre.

“Os semáforos de Boa Vista foram instalados para os carros, e não para os pedestres. As pessoas imaginam que o jeito correto de passar por uma via é correndo na brecha que existe entre o fluxo de carros. Só que ninguém pensa que o jeito correto de instalar sinais é pensar na travessia de um cadeirante, de alguém de muleta… não são apenas pessoas sadias que atravessam a faixa de pedestre”, explicou.

Marcus afirmou que essa é uma determinação que está presente, em forma de resolução, no Conselho Nacional de Trânsito (Contran), e que seu cumprimento implica na inclusão social de todos os tipos de deficiência, incluindo cegos.

“Todo procedimento para definir o tempo de semáforo para veículos e pedestres está na resolução 704/2017 do Contran. Embora seja recente, já existiam normativos que apontam parâmetros que garantem a passagem segura de um pedestre, destacando que ele pode ter diversos tipos de deficiências. Por isso, um botão seria o ideal até mesmo para que é cego, pois ele faz um barulho que indica que a via está livre”, disse.

Por fim, ele ressaltou que a adoção de políticas públicas voltadas para o pedestre beneficia toda a população, e que a adoção desses sinais em pontos estratégicos, como em pontos de cruzamento da Avenida Mário Homem de Melo com a Venezuela e a Terêncio Lima, ambos são regiões conhecidas pelo fluxo constante de veículos e acúmulo de tráfego.

“O que temos hoje, em boa parte, é a ausência desse cuidado. Apenas uma parte de nós é motorista. Entretanto, eventualmente, todos nós somos pedestres. Isso pode ser sanado com políticas públicas, não é complicado. E poderá beneficiar a todos”, destacou.

PREFEITURA – Uma demanda foi mandada para a Prefeitura de Boa Vista sobre o assunto. Nenhum retorno foi obtido. (P.B)