Em coletiva de imprensa no final da tarde de ontem, 23, o titular da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), Leocádio Vasconcelos, rebateu as afirmações que o Governo Federal teria repassado mais de R$ 185 milhões somente para a saúde em Roraima por conta da migração venezuelana. Vasconcelos garantiu que nenhum repasse foi feito até o momento e que as informações prestadas pelos ministros federais eram “equivocadas”.
“Não entrou, até hoje, nos cofres da Secretaria de Saúde do Estado, nenhum centavo para fazer frente às despesas resultantes da migração. Todos os recursos que entraram no Estado neste ano teriam entrado normalmente mesmo se não tivéssemos nenhum venezuelano aqui, ou seja, foram recursos exclusivamente resultantes da remuneração do Ministério da Saúde”, afirmou o secretário.
Vasconcelos disse que os recursos oriundos do Ministério da Saúde são destinados para a manutenção das unidades hospitalares e que até o meio do ano o valor aumentou de R$ 6,3 milhões para R$ 7,5 milhões recebidos por mês em Roraima para o faturamento das unidades, resultando em R$ 63 milhões no ano de 2018.
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Em coletiva, secretário da Sesau, Leocádio Vasconcelos, disse que ministro estaria desinformado (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Além desses valores, o Estado teria recebido em torno de R$ 16 milhões de quatro emendas parlamentares de 2017 e que têm destinações específicas para a saúde, não estando relacionadas com as despesas com a migração.
“Eu pergunto: cadê esses R$ 79 milhões que o ministro diz que está na conta? Em que conta está? Espero que ele coloque na conta da Secretaria de Saúde para que possamos minimizar a situação dramática que estamos enfrentando hoje”, questionou o secretário sobre a fala do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, quanto aos recursos repassados pela União para Roraima. Etchegoyen afirmou que o Governo do Estado ainda teria cerca de R$ 70 milhões disponíveis na conta.
O secretário disse ainda que o Governo do Estado está procurando medidas junto com a União para arcar com os custos ocasionados com o aumento populacional ocasionado pela migração, pois não tem orçamento suficiente para atender sozinho a demanda de venezuelanos que chegam ao Estado todos os dias.
Não há hospital de campanha em Pacaraima, garante Sesau
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) negou que exista um hospital de campanha em Pacaraima, como afirmou o ministro Sergio Etchegoyen na quarta-feira, 22.O Governo do Estado garante que no município existe somente o Hospital Délio Tupinambá na rede estadual de saúde e com posto de saúde administrado pela Prefeitura de Pacaraima.
“A situação da saúde é delicada. O abastecimento de uma unidade de saúde, que antes durava seis meses, agora dura somente três meses. A quantidade de medicamentos e insumos hospitalares não é suficiente, assim como a quantidade de profissionais para atender a quantidade de pessoas atualmente. O Estado está arcando sozinho com isso”, levantou.
Por meio de uma nota, o Governo do Estado reafirmou que todos os recursos recebidos pelo Estado foram feitos de transferências obrigatórias para a população roraimense, independente da crise migratória. Completou ainda dizendo que o pedido de ressarcimento de R$ 184 milhões ao Governo Federal é “um aporte extra, justamente para compensar os gastos já efetuados no atendimento aos imigrantes”. (A.P.L)
