Cotidiano

Sesau envia equipes para monitorar fronteiras

AYAN ARIEL

Editoria de Cidades

O Coronavirus tem avançado a cada dia que passa e até a noite dessa quinta-feira (30) 170 mortes causadas pela nova doença foram confirmadas na China, que já possui 7, 7 mil casos da doença. 

No Brasil, o alerta foi enviado pelo Ministério da Saúde (MS) para todo o território nacional, elevando a classificação de risco do país para “perigo iminente”. Em Roraima, as autoridades já estão tomando medidas para evitar a chegada do Coronavirus ao Estado.

Por isso, a Secretaria de Saúde (Sesau) se reuniu com representantes das unidades hospitalares e secretarias de saúde de todos os municípios, além da Defesa Civil, para traçar o plano de contingência contra o avanço da doença na região. Além de autoridades de saúde dos 15 municípios, o encontro contou ainda com a presença de representantes de órgãos ligados a outros segmentos, como Defesa Civil Estadual, CBMRR (Corpo de Bombeiros Militar de Roraima), PMRR (Polícia Militar de Roraima, EB (Exército Brasileiro) e Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena).

A diretora do Departamento de Vigilância Epidemiológica, Valdirene Oliveira, confirmou que, neste primeiro momento, será feito um Boletim diário da doença e haverá treinamentos para os profissionais de saúde de Roraima e ação de orientação nas áreas de fronteiras do Estado.

“Estamos formando essas duas equipes, que se deslocarão para Bonfim e Pacaraima, para dar suporte àqueles municípios na questão de orientação e organização dos fluxos fronteiriços, a fim de evitar a entrada do vírus. Já as qualificações serão voltadas para o atendimento, como identificar e como proceder se houver casos suspeitos. O próprio Estado fará esses treinamentos, com as instruções dadas pelo Ministério da Saúde, e repassará para esses profissionais dos municípios”, declarou Valdirene.

Municípios nas fronteiras se preparam para Coronavírus


Representantes de cidades fronteiriças falam de ações iniciais de combate contra o Coronavirus (Foto: Nilzete Franco/Folha BV)

Com o avanço do vírus no mundo, a preocupação com as faixas fronteiriças de Roraima têm aumentado, principalmente se tratando da divisa entre Brasil e Guiana, onde há vários chineses trabalhando e mantendo seus negócios na cidade guianense de Lethem.

O coordenador de atenção básica do município de Bonfim, Jader Vieira, reafirma essa situação e conta que já estão sendo feitas ações de prevenção, panfletagem sobre a doença e divulgação nos meios de comunicação do município.

“É claro que há pouca procura de atendimento da população de Lethem nas unidades de saúde de Bonfim, é quase raro, mas temos que estar preparados para prestar assistência, fazer o isolamento e fazer o encaminhamento ao Lacen, caso venha alguma pessoa sintomática do Coronavírus de lá”, considerou.

O município de Pacaraima, que fica na divisa entre Brasil e Venezuela, também tem mantido o cuidado em relação ao novo vírus, já que a cidade ainda enfrenta os efeitos do fluxo migratório venezuelano.

Para combater a entrada do vírus por ali, serão feitas parcerias com o Exército Brasileiro, que está à frente da Operação Acolhida, e as Organizações Não Governamentais (ONGs). Além disso, está sendo feito o levantamento nas unidades de saúde, buscando identificar as pessoas suspeitas de qualquer infecção respiratória.

“Por exemplo, se chegar uma pessoa com gripe ou tosse, disponibilizaremos para essa pessoa uma máscara para ela se proteger e tentaremos identificar se é uma gripe comum, se é Influenza, qual o tipo  de caso que essa pessoa apresenta”, disse Danillo Maciel, coordenador de vigilância em saúde de Pacaraima.

Conheça os sintomas para identificar a doença

Pode vir a ser considerado um caso suspeito de Coronavírus a pessoa que tem sintomas de febre, dor, dificuldade para respirar, tosse, diarreia e pneumonia. Se houver essa situação, será feita a coleta e encaminhada para o Laboratório Central de Saúde Pública de Roraima (Lacen-RR).

A Biomédica da Unidade, Cátia Menezes, explica que inicialmente, é feito um exame diferencial, que testa o material coletado com outros vírus, como o Sincicial Respiratório e Influenza A e B, a partir de técnicas moleculares.

“Se essa amostra for positiva para algum desses vírus, esse caso é automaticamente descartado. Se der negativo, esse material tem que ser encaminha a um laboratório de referência internacional, que no caso do Brasil é a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Lá eles farão um painel mais amplo, com outros vírus e o próprio coronavírus, e tentarão fazer a identificação. Recebemos atualizações diárias de informações do MS e o nosso laboratório está preparado para fazer a identificação diferencial e o envio dessas amostras quando necessário”, explicou a Biomédica.