Cotidiano

Servidores e pais de alunos denunciam assédio moral de diretora de escola

A denúncia partiu de servidores e de pais de alunos da Escola Municipal Jael da Silva Barradas. A conduta da gestora, segundo os denunciantes, causa instabilidades emocionais e psicológicas em quem trabalha no mesmo ambiente que ela.

Os casos de assédio moral tornaram-se cada vez mais comuns no âmbito das instituições públicas. Na manhã desta quinta-feira, dia 23, a Folha recebeu uma denúncia de que alunos, servidores e pais de alunos da Escola Jael da Silva Barradas, no bairro Cauamé, sofrem constantes ataques da diretora da unidade de ensino.

Conforme a denúncia, a relação estremecida entre a direção e quem trabalha, estuda ou frequenta a escola para saber da situação educacional dos filhos, fez com que o clima seja sempre de tensão e que alguns profissionais sofrem consequências das humilhações decorrentes do abuso de autoridade, como instabilidades emocionais e psicológicas.

“Gostaria de fazer a denúncia anônima. Não quero me identificar porque temo retaliações, mas quero denunciar a diretora da escola. Já foram feitas várias denúncias por parte de pais e funcionários e a Smec [Secretaria Municipal de Educação] não toma providências. É uma diretora autoritária, sem ética profissional, que trata mal alunos, pais e funcionários. Ela está lá faz mais de oito anos e se sente a dona da escola”, contou a denunciante.

Quem procurou a Folha disse que relutou muito antes de compartilhar os problemas internos da instituição escolar, mas que não suportava ver as atitudes da diretora. “Eu não aguento mais testemunhar as coisas que ela faz. Ela acredita que manda em tudo e em todos e pode mover funcionários de um lado a outro, tirando e acrescentando quem quiser, por ter padrinho dentro da Smec. Não tem qualificação e nem perfil para gestora, pois não sabe lidar com a comunidade e com os servidores, porém foi indicada por uma antiga secretária e se revestiu de poder para mandar e humilhar as pessoas”, desabafou.

Conforme a denúncia, há, pelo menos, 10 denúncias contra a diretora, todas sem solução. “Que quiser, pode checar junto à Smec essas informações. O que quero é pedir uma explicação do porquê essa diretora continua nessa posição. Certa vez, vi a secretária da escola chorando, depois de ser humilhada pela gestora. Lá trabalhou um excelente vice-diretor, mas eu soube que o motivo de sua saída foi a implicância da diretora”, reforçou.

Por fim, a denunciante relatou que as inúmeras injustiças precisam ser expostas, a fim de a Secretaria tome providências quanto às constantes reclamações. “A Secretaria deveria possibilitar que essa senhora faça uma reciclagem para entender que, no mundo, pessoas com esse perfil não podem lidar com crianças, pais e funcionários. O Sindicato já recebeu denúncia, mas não sei se deu prosseguimento”, enfatizou.

A Folha procurou a Prefeitura para que se manifestasse diante dos apontamentos e reclamações da denúncia. Em nota, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura esclareceu que dispõe de uma Ouvidoria, um canal aberto para que qualquer servidor e membro da comunidade escolar possam realizar denúncias e/ou reclamações. “Todas as demandas apresentadas são averiguadas para esclarecer os questionamentos e, se necessário for, o caso é encaminhado para os setores competentes que poderão desencadear processos de natureza administrativa”, ressaltou. 

O texto da nota informou também que o caso da servidora citada já está sendo analisado pela Ouvidoria da Secretaria e que todos os procedimentos legais necessários já estão sendo adotados a fim de esclarecer os ocorridos. A Smec reforçou ainda que todas as demandas são tratadas com a lisura e celeridade que requerem, respeitando todos os trâmites legais, mas negou que constam as 10 denúncias, conforme citado. “Não há registro de Procedimentos Administrativos Legais sobre a servidora em questão, acrescentou a nota.

Para concluir, a Smec destacou que os atendimentos realizados pela Ouvidoria se dão de forma presencial ou pelo telefone/whatsapp do setor no (95) 98404-8983, em horário comercial das 8h às 18h, de segunda à sexta-feira. Entretanto as manifestações podem ser feitas 24h de segunda a domingo, inclusive feriados, através do sistema FALABV 156. “Esse sistema pode ser acessado pelo público através da internet, pelo endereço: falabv156.boavista.rr.gov.br ou pelo telefone 156”, concluiu a nota.