Cotidiano

“Ser mulher e empreender precisa de coragem e ousadia”, diz bioquímica

Sandra Soares empreende há mais de 40 anos com empresa de exames e diagnóstico e conta que dificuldade não tem fase, mas é importante enfrentá-las

O empreendedorismo é uma iniciativa de novos negócios, sempre muito concorrido e majoritariamente associado ao homem. Lutando por mais espaço, as mulheres têm se destacado pelas habilidades de fazer os empreendimentos prosperarem.

Um deles é o Grupo Sabin, que atua no Brasil há 38 anos oferecendo qualidade nos diagnósticos de saúde e atendimento aos pacientes. A empresa foi fundada por duas mulheres, bioquímicas e apaixonadas por análise de exames, Janete Vaz e Sandra Soares Costa. 

“Esse empreendedorismo está na veia de nós duas e na nossa empresa desde 1984. Eu falo que ser mulher e empreender há quase quarenta anos tem que ter muita coragem, principalmente, e uma dose de ousadia. […] Porque é aquela coisa das oportunidades e Brasília sempre ofereceu isso”, destacou Sandra sobre a alma empreendedora que tem por perceber as ótimas oportunidades que tinha.

Em Brasília, uma cidade de concursos, viu a necessidade na área da saúde de oferecer análise e diagnóstico. Quando conheceu Janete no trabalho, juntas idealizaram uma empresa no ramo e seguiram em frente com os pilares da empresa em qualidade e inovação. 

“A gente tinha um inconformismo, digamos assim, de querer realizar algo, um sonho. Então eu falei para Janete e o que a gente queria era uma empresa boa, com valores e, principalmente, inovação. Faltava, em Brasília, um local onde tivesse humanização, confiança, amor, uma coisa assim, meio que muito feminina, talvez. Mas era algo que a gente sempre acreditava: qualidade e inovação”, conta.

Depois de anos de experiência, abrindo filiais em todo o Brasil e acompanhando diversas crises no país – incluindo a pandemia de covid-19, a bioquímica destacou que os desafios sempre existiram, mas que cabe ao empreendedor não desistir.  No caso das mulheres, mesmo que as dificuldades dobrem pelos outros papéis, como ser mãe, é importante seguir em todos eles.

“A gente como mulher, nós temos que exercer os nossos papéis em todos os sentidos, como mãe, como mulher. A gente vai ter filho, a gente é mãe, é esposa. Mas a gente não pode abrir mão de nada disso porque o filho cresce. Arrume uma rede [de apoio], uma parceria [profissional], mas não pare. Não é fácil essa coisa de empreender, precisa entender que está correndo risco o tempo todo, mas, por outro lado, é muito gratificante montar uma equipe, que você é exemplo e pode exercer uma liderança que inspira outras”, reforça.

Com essa inspiração, até o ano passado, mulheres representavam 34,4% do universo de donos de negócios no país, segundo um estudo feito pelo Sebrae, a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE. A porcentagem também é muito próxima ao recorde de 34,8%, verificado no 2º trimestre de 2019.