Sejuc diz que atraso em visitas de emprego é por causa da Covid-19

Por diversas vezes a FolhaBV tem recebido denúncias de familiares de detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) que estão no regime semi-aberto, relatando a demora para a realização das visitas das propostas de emprego.

Essas visitas devem ser feitas por agentes penais para conferir a veracidade da proposta e liberar o preso para o trabalho externo.

Nessa terça-feira, 29, familiares se reuniram para manifestar sobre o assunto. “Entreguei a proposta há dois meses e até agora não fizeram a visita. Meu marido está no semi-aberto desde o mês de agosto e continua preso no regime fechado. Isso é um descumprimento da lei”, disse a esposa de um detento.

Em nota a Sejuc informou que o atraso na avaliação das propostas foi ocasionado por conta da pandemia de Covid-19.

“A Secretaria de Justiça e Cidadania informa que as visitas das propostas de emprego estão sendo feitas, porém a demanda está represada por conta da pandemia da COVID-19. Não se tratam de visitas rápidas e alguns critérios importantes devem ser observados.

É importante destacar que o mesmo está ocorrendo em outros estados brasileiros, em função da pandemia da COVID-19. Em Roraima, a medida voltará ao normal após a vacinação da população carcerária, o que vai garantir também a retomada das visitas de familiares nas unidades prisionais”, diz trecho da nota da pasta.

Outra reivindicação dos familiares é sobre a retomada da visita na Pamc, que está suspensa desde o mês de março. “Sou mãe e não tenho notícias do meu filho há quase um ano. Eles deveriam tomar alguma providência, reduzindo a visita, mas negar dessa forma é desumano”, relatou a mãe de um preso.

A Sejuc também se posicionou sobre assunto. “Enquanto às visitas, não estão liberadas por conta da pandemia, os reeducandos são visitados pelos advogados, que transmitem as informações para a família do detento”, informou a nota.

A nota traz ainda informações sobre a demora na separação dos presos por regime tendo em vista que as obras na Pamc e na Cadeia Pública estão finalizadas.

“Sobre os novos espaços nos presídios, o da Pamc (Penitenciária Agrícola de Monte Cristo) está sendo utilizado como isolamento para a COVID-19, de forma a manter o controle da doença no presídio e não contaminar a população carcerária e servidores do sistema. O local recebe cerca de 150 internos por mês, que passam 30 dias isolados dos demais detentos. Na Cadeia Pública, o local está na fase final de repasse do prédio construído para a Sejuc assumir a gestão. Por essa razão ainda não foi concluído o processo de separação de preso por regime”, finalizou a nota da Sejuc.