Durante seis noites consecutivas, de 22 a 27 de julho, o Parque Anauá se transformou no principal palco da cultura popular em Roraima. A edição 2025 do São João no Parque reuniu música nacional e regional, concurso de quadrilhas, gastronomia típica, valorização da cultura indígena e ações voltadas à economia criativa. E para quem não foi, confira tudo o que aconteceu.
O reforço na estrutura de segurança pública foi um dos aspectos mais elogiados pelo público. Mais de 200 policiais militares atuaram diariamente no local, garantindo que nenhuma ocorrência grave fosse registrada.
Para Evandro Rodrigues, que prestigiou apenas a última noite do evento com a companheira Karol Level, a experiência surpreendeu positivamente. “Está bem organizado, com bastante variedade em questão gastronômica, e a segurança muito boa. Comparado aos anos passados, está bem mais seguro”, disse.
Público aprova e pede mais dias de festa
Entre o público fiel ao arraial, esteve a jovem Maria Eduarda Amaral Paiva, de 19 anos, que participou de cinco das seis noites. Ela esteve acompanhada da mãe, Daiane Amaral, do padrasto Josias Oliveira e dos irmãos Miguel e Pietro Amaral.
“Acho que o arraial devia durar umas duas semanas, porque ainda faltou coisa para fazer. Vi as quadrilhas, shows, comi bastante comida e hoje vou no parque de diversões. Fiquei encantada com as quadrilhas, com certeza virei nos próximos anos”, contou.
Shows nacionais e valorização da cultura local
O palco principal reuniu nove atrações nacionais, entre elas Israel & Rodolffo, George Henrique & Rodrigo, Manim Vaqueiro, Zé Vaqueiro, Thullio Milionário, Companhia do Calypso, Jonas Esticado, Guilherme & Benuto e Jefferson Moraes. Segundo o governador Antônio Denarium, mais de 500 mil pessoas passaram pelo parque ao longo do evento.
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“Todos os dias tivemos mais de 100 mil pessoas. Ontem [sábado], a Companhia do Calypso lotou o Parque Anauá com mais de 120 mil pessoas. E hoje, no encerramento, o parque já está cheio às 20h”, afirmou o governador em entrevista à Folha.
No palco Anarriê, artistas roraimenses garantiram o protagonismo cultural com 68 apresentações ao longo dos seis dias. Subiram ao palco nomes como Estevão Alves, Ludmila Moreira, Alef Mendes, Banda Guy-Bras e Grupo Tribo Waiká.
- Confira mais: Artistas roraimenses mostram força e diversidade da cultura local na quarta noite do São João
Concurso de quadrilhas emocionou brincantes
Na Arena Junina, o tradicional concurso de quadrilhas movimentou grupos culturais de todo o estado. Ao todo, 28 quadrilhas disputaram nas categorias Emergente, Acesso e Especial.
A final do concurso, realizada no domingo (27), premiou o grupo Eita Junino como campeão do Grupo Especial. Garranxê ficou em segundo lugar e Amor Caipira em terceiro. Na categoria Acesso, a quadrilha Coração Caipira levou o primeiro lugar, seguida por Namoro Caipira e Evolução Junina.
Um dos destaques foi o retorno da quadrilha Coração Caipira ao grupo de elite. O animador Sheul Chaves, conhecido como Shell, celebrou a vitória:
“O nosso trabalho é de uma quadrilha especial. São 20 anos de história, sempre disputando títulos de igual para igual com as quadrilhas de especial. Então, a gente está muito feliz com o resultado. Não era só questão de subir, a gente tinha a obrigação de voltar para o grupo especial. E graças a Deus, Deus nos abençoou”, disse o animador feliz com a conquista do 6º título no São João no Parque Anauá.
O investimento no segmento, segundo o Governo de Roraima, foi de R$ 1,5 milhão, incluindo logística, estrutura e R$ 159 mil em premiações — valor 59% superior ao do ano anterior. No grupo Especial, a campeã Eita Junino recebeu R$ 30 mil; o segundo lugar, Garranxê, R$ 20 mil; e o terceiro, Amor Caipira, R$ 15 mil. Na categoria Acesso, os prêmios variaram entre R$ 8 mil e R$ 15 mil.
Morango do amor e gastronomia típica se destacam no arraial
Entre os momentos simbólicos do evento, estiveram a entrega da maior pamonha já registrada no arraial, com 1,3 tonelada distribuída em cerca de 5 mil unidades, e da maior damurida da história do evento, feita com 60 kg de peixe, beiju e farinha.
Também foi destaque a produção da maior damorida do evento, prato típico da culinária indígena. A ação contou com o envolvimento da Secretaria dos Povos Indígenas e de lideranças tradicionais.
Porém, além da tradição, a festa também impulsionou a economia de pequenos empreendedores. Segundo o governo, mais de 300 empresários da economia criativa atuaram no Parque Anauá, vendendo alimentos, brinquedos, artesanato e produtos temáticos. Um dos produtos que mais fez sucesso foi o “morango do amor”, que vendeu milhares de unidades.
Expectativas para 2026
Denarium reforçou que o São João no Parque faz parte dos três maiores eventos do calendário oficial do estado, ao lado da Expoferr Show e do Réveillon no Parque Anauá, e anunciou que os preparativos para o maior evento agro de Roraima já começam nos próximos dias. No entanto, para o arraial, a expectativa é que, em 2026, o evento seja maior.
“Estive no parque todos os dias, fui o primeiro a chegar e o último a sair. Vi famílias inteiras, pessoas da capital, do interior, das vilas, das comunidades indígenas. Foi o maior arraial da nossa história e ano que vem vamos fazer ainda melhor”, finalizou.