Cotidiano

RR tem crescimento econômico recorde com políticas de estímulo ao setor

Incentivo do Governo do Estado cria ambiente de confiança, atrai investidores e gera empregos

Recorde da balança comercial, alta na geração de empregos, expansão do agronegócio, serviços, comércio e indústria são alguns dos indicadores que mostram o crescimento econômico de Roraima nos últimos anos e revelam o acerto das políticas de estímulo ao setor produtivo do estado.

Roraima bateu recorde histórico no volume de exportações em 2021, acumulando o valor US$ 330 milhões, o equivalente a R$ 1,8 bilhão. O resultado indica crescimento de 68% da balança comercial em relação a 2020, o dobro da média nacional, que no mesmo período foi de 34%. Os dados são da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento (Seplan).

Segundo informações do Ministério da Economia, referentes ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), de janeiro a novembro de 2021 (último mês disponível) foram criados 4.968 novos postos de trabalho no estado, um aumento de 42% em relação ao ano passado, sendo o maior resultado já registrado em toda a série histórica.

Dados das Contas Regionais de 2019, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2021, apontam um avanço de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) de Roraima, o terceiro maior crescimento do país naquele ano, atingindo R$ 14,3 bilhões. Agropecuária, serviços e indústria apresentaram crescimento de 4,9%, 3,7% e 3,4%, respectivamente.

Os resultados positivos foram alcançados mesmo diante dos impactos causados pela pandemia de coronavírus e a crise migratória venezuelana. “Com um trabalho sério e comprometido, conquistamos os melhores indicadores da história de Roraima em todos os sentidos, como liberdade econômica, ambiente de negócio, crescimento da arrecadação e recorde de empregos formais. Isso é resultado de ações planejadas e investimentos para impulsionar a economia do estado”, disse o governador Antônio Denarium.


Roraima criou quase 5 mil novos postos de trabalho em 2021. (Foto: Governo de Roraima)

Governo quer aumentar a participação do setor privado na economia

O secretário estadual de Planejamento e Desenvolvimento, Emerson Baú, aponta como um dos fatores importantes para alcançar os índices positivos, a mudança na matriz econômica do estado, com foco no desenvolvimento das atividades privadas, atração de investimentos e apoio ao empreendedor.

Atualmente, o setor privado tem participação de 53% na economia de Roraima, enquanto a administração pública responde por 47%, a chamada economia do contracheque. O objetivo do governo é elevar a participação das atividades privadas a um patamar de 70%, com crescimento de 5% ao ano até 2030.

“É certo que a economia gira com agregação de valor, quando o setor produtivo efetivamente começa a atuar. A mudança da matriz econômica vem justamente para isso. Roraima não se desenvolveu no passado porque nós ficamos muito na dependência do setor público”, explicou.

“Esses indicadores têm ficado positivos devido a diversas ações que o governo tem e que geram um processo de confiança do investidor, que passa a usar seus recursos para aumentar a capacidade produtiva, fazer novas aquisições, contratar mais pessoas, acessar novos mercados, trabalhar com novos produtos”, completou o secretário.

Para criar o ambiente seguro para os investimentos, o Governo do Estado coloca em prática um pacote de medidas de incentivo aos pequenos, médios e grandes empreendedores do campo e da cidade.

Entre as medidas, destacam-se: a regularização fundiária com a entrega de títulos definitivos de propriedades rurais e urbanas; ampliação da infraestrutura com a construção de estradas e pontes; incentivos fiscais por meio do Refis, IPVA e ICMS; desburocratização do processo de abertura de empresas; abertura de linhas de crédito; nova Lei de Terras; leilão de Energia Elétrica e ampliação e modernização de incentivos fiscais e tributários para a produção.

Crescimento econômico atrai novos investimentos para Roraima

A soja impulsionou a balança comercial de Roraima em 2021, exportando 141 mil toneladas e totalizando US$ 71,4 milhões, maior valor já comercializado com o mercado externo. O produto movimenta o agronegócio e atrai novos investimentos para o setor.

Produtor de soja há nove anos no estado, o grupo Falavinha decidiu expandir a área de atuação e está construindo uma indústria de beneficiamento de grãos, que vai produzir farelo (produto destinado à fabricação de ração animal) e óleo vegetal. Um investimento total de R$ 500 milhões.


Construção de indústria de beneficiamento de soja em Roraima. (Foto: Divulgação/ Grupo Falavinha)

São 460 empregos diretos criados durante a construção, outras 150 vagas devem ser abertas quando entrar em operação. Segundo Felipe Castro, diretor-presidente, o grupo, que também atua no estado do Mato Grosso, viu em Roraima o potencial para o desenvolvimento da indústria nesse segmento, apoio e incentivos do governo para investir no estado.

“O crescimento e desenvolvimento são apoiados pelo poder público, com a desburocratização dos processos, agilidade em obter licenças. Tem também a regularização fundiária, com a titulação das terras. O produtor precisa dessa garantia, dessa segurança jurídica para fazer os investimentos, porque ninguém compra uma área, faz investimentos milionários para produzir, sem ter certeza de que tem as condições jurídicas necessárias para ter a posse daquele bem”, pontuou.

Crescimento da indústria

A indústria representou 7,8% do PIB roraimense de 2019 e movimentou cerca de R$ 1 bilhão. O setor é considerado estratégico para a economia do estado, com objetivos e ações definidos no Plano de Desenvolvimento Industrial do Estado, elaborado pelo governo em parceria com a Federação das Indústrias de Roraima (Fier). O plano faz parte do projeto Roraima 2030.


Indústria teve crescimento de 3,4% no PIB estadual (FOTO: Governo de Roraima)

Para a presidente da Fier, Izabel Itikawa, o crescimento do setor reflete a chegada de novos empreendimentos industriais, fortalecendo a indústria de transformação nos segmentos do agronegócio, infraestrutura e turismo. Segundo ela, o conjunto de medidas de incentivo aos setores produtivos cria um ambiente favorável aos negócios.

“Com a credibilidade alcançada pelo Estado de Roraima junto a órgãos de grande relevância no cenário econômico brasileiro, a atração de novos negócios se transforma muito rapidamente em projetos reais, gerando a instalação de novas plantas industriais, que produzem, criam postos de trabalho e contribuem para esse desenvolvimento setorial e de Roraima”, destacou.

Regularização da área do Distrito Industrial

Entre as medidas do governo para fomentar a indústria está a reestruturação do Distrito Industrial Governador Aquilino Mota Duarte, em Boa Vista. Instalado há mais de 40 anos, somente nesta gestão o polo recebe atenção do poder público com o objetivo de potencializar a atividade na região.

O Governo do Estado está concluindo a regularização fundiária do Distrito Industrial, além de outras medidas para aumentar o potencial de produção e beneficiar as 153 empresas instaladas na área. Em parceria com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) vai investir cerca de R$ 20 milhões no asfaltamento da região. A estratégia é atrair novas indústrias para o local.

“Já entregamos 111 títulos definitivos para os empresários do Distrito Industrial, que hoje geram mais de 3 mil empregos diretos, e nós vamos ampliar. Fizemos agora uma licitação pública de mais 14 lotes para empresas que tenham interesse em investir no local, 49 empresas participaram do processo licitatório. É licitação pública, os lotes estão sendo vendidos para as empresas. Nós estamos fazendo da forma correta, com segurança jurídica para atrair novos investimentos e gerar mais empregos automaticamente”, destacou o governador Antonio Denarium.

Todos os 14 lotes receberam lances para a compra, comprovando o sucesso da ação governamental.


Fábrica de tijolos instalada no Distrito Industrial (Foto: Governo de Roraima)

Instalado há 12 anos no Distrito Industrial de Boa Vista, o empresário Francisco Bonfim, dono da Cerâmica Orinoco, vai receber o tão esperado título definitivo da propriedade. A indústria focada na produção de blocos e tijolos emprega 25 trabalhadores diretos e gera mais 50 empregos indiretos.

Para o empresário, o documento vai possibilitar mais investimentos. “É um sonho realizado. O título definitivo nos traz a garantia para conseguir crédito com as instituições financeiras e condições de crescimento. Meu projeto agora é ampliar a fábrica e, consequentemente, gerar mais empregos”, finalizou.