Dados do Mapa da Violência aponta Roraima como estado com maior taxa de homicídio de mulheres em todo o País. O estudo levou em consideração as ocorrências registradas no período de 2004 a 2014.
A análise feita pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), 18 estados apresentaram taxa de mortalidade de mulheres acima da média nacional, que atualmente é de 4,6.
O destaque negativo vai para Roraima, que apresentou taxa de mortalidade de 9,5 pontos; seguido de Goiás (8,8); Alagoas (7,3); Espírito Santo (7,1), Mato Grosso (7,0), Sergipe (6,5); Rondônia (6,4); Mato Grosso do Sul (6,4); Ceará (6,3), Pará (6,1); Rio Grande do Norte (6,0); Paraíba (5,7); Acre (5,4); Rio de Janeiro (5,3); Paraná (5,1); Pernambuco (4,9), Bahia (4,8) e Amapá (4,8).
Segundo a Flasco, a taxa de homicídio contra as mulheres engloba incidentes associados à violência letal nas localidades estudadas, bem como os crimes motivados por questão de gênero, a fim de dimensionar a gravidade relativa da violência de gênero nos estados.
A entidade destaca ainda que quanto maior for o indicador, maior será a intensidade da questão de gênero para explicar os homicídios de mulheres. Por esse indicador, o estudo conclui que a problemática relacionada à violência de gênero nos últimos dez anos foi maior nos estados de Roraima (18,2%), Santa Catarina (14,7%) e Mato Grosso do Sul (13,9%).
A Flasco destacou ainda que o crescimento de 11,6% da taxa de homicídios de mulheres no período estudado mostra a dificuldade da implantação da política pública para minimizar o problema. O crescimento desse indicador levou alguns analistas a apontarem que a Lei Maria da Penha (LMP) e as políticas de prevenção à violência doméstica institucionalizadas desde 2006 ainda não surtiram efeito desejado.
SOBRE O MAPA
O Mapa da Violência compõe uma série de estudos realizados pelo pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, desde 1998, tendo como temática a violência no Brasil. Waiselfisz é vinculado à Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), organismo internacional e intergovernamental autônomo, fundado em 1957 pelos estados latino-americanos, a partir de uma proposta da Unesco, órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Com informações do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA).