Cotidiano

Roraima tem grande queda na segunda safra de milho, segundo IBGE

O gerente da pesquisa, Carlos Barradas, explicou que a queda nacional poderia estar relacionada com a questão climática do país

A produção do milho em Roraima teve grande queda na variação anual (-15,3%). A primeira safra deste ano, quando comparada com a ano anterior foi igual, mas a segunda safra foi muito menor (-20.7%).

As informações constam do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgado nesta quinta-feira (11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nacionalmente, o milho caiu um pouco (-0,2%), mas continua em patamares recordes em relação aos anos anteriores, podendo chegar a 103,5 milhões de toneladas. 

O gerente da pesquisa, Carlos Barradas, explicou que a queda nacional poderia estar relacionada com a questão climática do país. Porém não traz o motivo para a grande queda em Roraima.

“As reduções nas estimativas do milho estão associadas à menor produtividade estimada para a cultura, devido à falta de chuvas no decorrer do ciclo da 1ª safra. A produção do milho vem, a cada ano, dependendo mais da produção de 2ª safra, mas essa vem crescendo à medida que a tecnologia de produção avança no campo. Atualmente, em alguns estabelecimentos agropecuários, já é comum o plantio do cereal concomitante à colheita, otimizando, assim, a janela de plantio da safra e possibilitando maior segurança climática durante o ciclo da cultura”, disse Barradas.

Ainda, conforme os dados do IBGE, o estado também não teve variação mensal na produção, em relação a janeiro de 2021, de cereais, leguminosas e oleaginosas. Em janeiro e fevereiro deste ano, o estado produziu um pouco mais de 163 mil toneladas. Se comparado a produção do ano anterior, que foi mais 170 mil toneladas, houve uma queda na variação anual de (-5%).

Isso implica que Roraima manteve a participação da safra de janeiro de 2021 na produção nacional de fevereiro no algodão (0,1%), arroz (0,5%), banana (1,7%), cacau (0%), cana-de-açúcar (0%), feijão (0,1%), laranja (0,1%), soja (0%) e tomate (0,1%). Vale ressaltar que, as porcentagens zeradas não significam que a produção foi nula, mas muito baixa se comparada com a participação de outros estados na produção dessas culturas.

A produção de mandioca teve um leve aumento (0,1%) na participação. No ano anterior foram produzidas 178.859 mil toneladas do produto e nesses dois meses de 2021, foram produzidas 101 toneladas a mais. 

NO BRASIL – O total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzido no país este ano deve atingir 263,1 milhões de toneladas. A safra nacional de grãos para 2021 deve ficar 9 milhões de toneladas acima da safra de 2020, com crescimento de 3,5% em relação ao ano passado, que já havia sido recorde na série histórica da pesquisa que teve início na década de 70.

Em relação à estimativa de janeiro, a soja teve ligeiro aumento (0,1%) e continua batendo recordes, devendo alcançar 130,4 milhões de toneladas. Em relação a 2020, a produção de soja deve ser 7,3% maior, com aumento de 3,1% na área a ser colhida; e a de milho 0,3% maior, com aumento de 3,4% na área a ser colhida.

Em relação a janeiro, houve aumentos ainda nas estimativas da produção do trigo (16,8% ou 965,8 mil toneladas), do café canephora (12,1% ou 98,1 mil toneladas), da cevada (9,0% ou 32,9 mil toneladas), da aveia (2,2% ou 21,3 mil toneladas), do café arábica (1,6% ou 30,6 mil toneladas), do milho de 2ª safra (0,3% ou 262,8 mil toneladas) e da soja (0,1% ou 117,2 mil toneladas).

Segundo o IBGE, são esperadas quedas na produção do arroz (-0,1% ou 8,8 mil toneladas), do feijão 3ª safra (-0,1% ou 810 toneladas), do feijão 2ª safra (-0,7% ou 8,6 mil toneladas), do tomate (-1,2% ou 46,0 mil toneladas), do milho 1ª safra (-1,7% ou 441,3 mil toneladas) e do feijão 1ª safra (-3,6% ou 46,8 mil toneladas).

As regiões Sul e Nordeste tiveram acréscimos em suas estimativas de 14,1% e 0,9%, respectivamente. Já o Centro-Oeste, maior região produtora do país, que responde por 45,8% da safra nacional, teve decréscimo em sua estimativa (-0,9%), bem como o Sudeste (-0,6%) e o Norte (-2,2%).

Por Adriele Lima – Estagiária FolhaBV