Cotidiano

Roraima tem 13 crianças à espera de adoção

Para dar início ao processo de adoção, o primeiro passo é a inscrição no cadastro de pretendentes. Hoje, há 47 pessoas inscritas no Estado

Dados fornecidos pela Vara da Infância e da Juventude mostram que, em Roraima, existem 62 crianças e adolescentes acolhidos em abrigos e o total de cinco abrigos (serviços de acolhimento) em todo o Estado.

Destes, 13 estão totalmente prontos para a adoção, à espera de uma nova família, de um ambiente amoroso e acolhedor, em que se sintam seguras e onde tenham a chance de crescer de forma saudável e pacífica.

Nem todas as crianças que vivem em abrigos podem ser adotadas. Muitas têm vínculos com suas famílias. Apenas aquelas crianças cujo retorno aos lares não é mais possível podem ser adotadas, após decisão judicial.

No dia 25 de maio, é comemorado no Brasil, o Dia Nacional da Adoção, uma ação judicial que concede à criança ou ao adolescente uma família e filiação, sem nenhuma distinção entre filhos naturais e adotivos.

Na outra ponta, são 47 pessoas interessadas e aptas a adotar. Segundo o juiz titular da Segunda Vara da Infância e Juventude, Marcelo Oliveira, para dar início ao processo de adoção, o primeiro passo é a inscrição no cadastro de pretendentes à adoção.

“Em seguida, os interessados passam por uma entrevista e apresentam os documentos necessários, que serão analisados. Uma assistente social visita o adotante em casa para conhecer sua rotina e é iniciado o processo de escolha da criança. Em alguns casos, é dada a guarda temporária da criança para o adotante, como período de experiência e de avaliação”, explicou Oliveira.


Maria Cecília foi adotada em 2015 pelo casal Ana Marques e André Vasconcelos (Foto: Arquivo pessoal)

Foi o que aconteceu com a técnica judiciária do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), Ana Marques, e seu marido, André Vasconcelos, que, em 2015, adotaram uma menina.

“De início, obtivemos, na Justiça, a guarda provisória e demos início aos trâmites legais para sua adoção junto à Vara da Infância e da Juventude. Fomos visitados por assistentes sociais e conversamos com psicólogos até o dia da audiência final, quando o processo foi finalizado e pudemos dar, além do nosso amor incondicional, o nosso nome a ela”, recorda emocionada a servidora.

Ana Marques lembra que ela e o marido sempre quiseram muito um filho. “Cheguei a engravidar, mas perdi o bebê. Vivi a dor e o medo de voltar a senti-la. Por isso, descartei a hipótese de uma inseminação. Alguns anos depois, decidimos nos inscrever no curso que nos habilitaria à adoção”.

Antes mesmo de iniciarem o curso, Maria Cecília chegou, inesperadamente, na vida do casal. “A prática chegou antes da teoria. Foi amor ao primeiro olhar. Ela tinha quase 6 meses. Pareceu ser um reencontro, como se ela só estivesse voltando pra casa. Sem sabermos, nós tínhamos todo o amor do mundo guardado pra lhe dar”, contou ela.

Para Ana Marques, ser mãe é a melhor experiência de toda a sua existência. E isso só foi possível com a adoção. “Há quase sete anos, ela é a principal razão dos nossos sorrisos. Ocupa todos os espaços. É o brinquedo no chão, a nossa inspiração diária, a vontade de voltar mais cedo pra casa só pra ver seu sorriso e receber seu abraço.  É o nosso amor pra toda a vida e além”.