De acordo com os últimos dados de pesquisa da Clear Sale, empresa especializada em fraudes online, Roraima ocupa a 11ª posição no ranking nacional de fraudes em compras pela internet. Além disso, a capital Boa Vista está na 4ª posição de cidades com maiores probabilidades de que ocorram transtornos em compras virtuais.
Segundo a pesquisa, o índice de tentativas de fraudar as compras na internet no Estado é de 7%. O que representa que, a cada compra de R$ 100 no comércio eletrônico, pelo menos R$ 7 sofrem a chance de serem furtados.
Ainda de acordo com o relatório, os produtos mais procurados pelos criminosos em Roraima são os brinquedos (21,8%), informática (13,9%), celulares (12,2%), eletrônicos (9,3%) e, por fim, jogos de videogame (7,1%).
O técnico em informática Francisco Leonardo Rocha foi uma das vítimas de fraude na internet ao tentar comprar um notebook em uma empresa conceituada em lojas online. “Na hora de finalizar a compra, foi gerado um boleto fraudulento. Eu não percebi e paguei normalmente, mas não foi confirmada a compra depois de passado o período para pagamento do boleto. Quando entrei em contato com a loja, foi explicado o que aconteceu”, revelou.
Por sorte, o técnico conseguiu recuperar a quantia investida no aparelho, cerca de R$ 2 mil, após acionar o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). “Lá eu expliquei a situação, eles entraram em contato com a empresa para ver o que poderia ser feito. Primeiro a empresa pediu um prazo para analisar o problema pelo setor financeiro deles e depois de alguns dias entraram em contato comigo e confirmaram a devolução do dinheiro”, afirmou. (P.C)
População deve sempre estar atenta à credibilidade das empresas
A assistente jurídica do Procon Assembleia, Luana Lopes, acredita que a população deve manter as mesmas táticas que são aplicadas nas compras em lojas físicas, só que na internet. Por exemplo, é recomendado que, ao comprar um eletrodoméstico, o boa-vistense procure por uma loja conceituada que ofereça bons serviços, garantia e pesquise preços em outros estabelecimentos.
“O consumidor deve checar a credibilidade dessa empresa, se tem como efetuar a troca desse produto, se o produto apresenta algum vício, algum defeito e se ele vai ter que ter uma assistência técnica local”, disse Luana. “Faça uma pesquisa! Se puder, compare os sites! Compre em locais conhecidos, converse com alguém que já tenha feito essa compra e dado certo!”, sugeriu.
Segundo a especialista, os maiores problemas recebidos pelo órgão são de arrependimento da compra do produto e de o produto não chegar após o prazo de entrega ter sido ultrapassado. Conforme Luana, por não existir um artigo no Código do Consumidor referente especialmente às compras online, normalmente o Procon Assembleia utiliza os fundamentos do Art. 49, que trata das compras feitas fora do estabelecimento comercial, entre elas, as por telefone, via internet e dos comerciantes que vendem de porta em porta. “O Art. 49 trata bem da questão do arrependimento, em que o consumidor tem sete dias a contar da assinatura ou ato do recebimento do produto ou serviço para se arrepender”, afirmou.
Outro ponto trabalhado no Procon é quanto ao prazo da entrega do produto. Segundo Luana, a empresa é obrigada a estipular um prazo e se o produto não chegar naquele determinado período, o cliente pode reclamar no Procon. Se o consumidor ainda quiser o produto, mesmo depois de o tempo ter sido extrapolado, a empresa tem que dar um novo prazo com o aceite do cliente e se passar muito tempo ele pode pedir o dinheiro de volta.
“A gente já teve casos aqui de um pai que comprou um celular de aniversário para a filha de presente, o produto não chegou na data certa, e quando chegou, veio em uma caixa vazia. E a frustração do consumidor!? Às vezes você compra na internet por conta de o preço ser mais acessível, a oferta ser melhor, a variedade de produtos, mas em alguns casos o consumidor se frustra por não receber o que ele quer”, apontou.
No caso de o problema não ser resolvido, caso a empresa se negue a enviar o produto ou fazer o reembolso do cliente, as questões são encaminhadas ao Poder Judiciário para aplicação de medidas mais severas. A população pode entrar em contato com o setor na Assembleia Legislativa, localizada na Praça do Centro Cívico, com horário de funcionamento de 07h30 as 13h30, de segunda a sexta-feira ou pelos telefones 4009-5614, 4009-5620. (P.C)