Cotidiano

Resultado confiável somente com exames laboratoriais, afirma especialista

A farmacêutica bioquímica Jandira Negreiros afirmou que o usuário leigo não tem o conhecimento necessário para a obtenção adequada do material biológico e interpretação dos resultados

O Ministério da Saúde vai pedir à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que autorize o autoteste para covid-19. O exame promete entregar mais agilidade no diagnóstico por ser feito em casa com a coleta do material no nariz com cotonete ou por saliva. No entanto, essa nova modalidade de exame preocupa especialistas, pois a precisão do resultado não é a mesma do exame feito em laboratório.

A farmacêutica bioquímica Jandira Negreiros defende o posicionamento da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas. O órgão defende que o diagnóstico de enfermidades ou resultados laboratoriais no Brasil deve ser executado de acordo com a Resolução 302/2005 da Anvisa, em estabelecimento com alvará de funcionamento, técnicos treinados e controle de qualidade para garantir a segurança do paciente.

“O mais importante nisso tudo é a  segurança do paciente que  só é obtida com resultados laboratoriais exatos e precisos, para fornecer à clínica médica a possibilidade de um tratamento compatível com seu estado de saúde, auxiliando os profissionais médicos no prognóstico, diagnóstico e acompanhamento de terapia, evolução e prevenção de enfermidades”, defendeu a especialista.

Ela acredita que um usuário leigo, aquele que não tem o hábito com esse tipo de atividade, não tem o conhecimento necessário para a obtenção adequada do material biológico, interpretação dos resultados, tempo necessário a exposição e a realização do teste e da conduta correta diante dos resultados obtidos.

“A aparente simplicidade do teste não garante a qualidade e segurança necessária, pois com certeza faltará ao operador conhecimento para isso. Outra problemática é que esses produtos de autopreservação não estão sujeitos a um controle de qualidade. Além de comprometer dados estatísticos e epidemiológicos”, disse.

Jandira frisou ainda que em uma população grande como a do Brasil, haverá sim dificuldades e surgirão problemas. “Como profissional da saúde, a minha maior preocupação são os problemas que isso pode gerar em termos de saúde pública”, pontuou.

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