Cotidiano

Projeto incentiva mulheres migrantes a empreenderem na gastronomia

50 mulheres serão beneficiadas, onde elas participarão de atividades do projeto, cursos e ainda receberão um capital semente para iniciar o seu negócio na área gastronômica

O projeto “Mujeres Fuertes”, acontece pela primeira vez em Roraima e incentiva o empreendedorismo entre mulheres refugiadas e migrantes venezuelanas. O lançamento oficial ocorreu nesta quarta-feira, 29, e contou com a presença de todos os envolvidos incluindo as mulheres.

A iniciativa é resultado de uma pesquisa da Organização Hermanitos junto ao Ministério do Trabalho, que está em sua terceira edição em Manaus, e aqui em Roraima vai beneficiar 50 venezuelanas. Elas passaram por uma seleção e participarão das atividades do projeto, cursos e ainda receberão um capital semente para iniciar o seu negócio na área gastronômica.


Tulio Duarte, diretor presidente do Hermanitos. (Foto: Isabella Cades)

“Sabemos das dificuldades no processo de refúgio e as dificuldades que uma mãe solteira, que por muitas vezes não possui contato com seu país de origem, enfrenta. Isso principalmente na hora de gerar renda para sustentar a família”, conta o diretor presidente do Hermanitos, Tulio Duarte, ao explicar como o projeto age na vida dessas mulheres. 

O “Mujeres Fuertes” tem o objetivo de fortalecer mulheres venezuelanas, com ações de empoderamento, capacitação, acompanhamento psicossocial e incentivo às iniciativas empreendedoras na área gastronômica.


Daniel Lessa, Diretor da ADRA. (Foto: Isabella Cades)

“Nosso objetivo é que essas mulheres saiam daqui empreendendo e gerando seu próprio sustento”, acrescenta Daniel Lessa, Diretor da ADRA (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais). 


Maxarys Naba, uma das selecionadas. (Foto: Isabella Cades)

Maxarys Naba, de 29 anos, mora em Boa Vista há quatro anos e conta que está muito feliz com a oportunidade. “Estamos muito felizes em estar aqui hoje, já trabalhei com gastronomia, mas aqui temos a oportunidade de crescer, tanto na vida profissional quanto pessoal”, completa ela. 

Cerca de 30% das mulheres migrantes e refugiadas são chefes de família e possuem maior dificuldade na realocação no mercado de trabalho tanto formal quanto informal. E com base na experiencia prática e de pesquisas, foi desenvolvido o projeto, explica Alzira Costa é a Procuradora-Chefe do Ministério Público do Trabalho no Amazonas e Roraima e coordenadora do Grupo de Trabalho Nacional sobre o Fluxo Migratório da Venezuela. 


Alzira Costa, coordenadora do Grupo de Trabalho Nacional sobre o Fluxo Migratório da Venezuela. (Foto: Isabella Cades)

“Aqui vamos não apenas incentivar o empoderamento pessoal dessas mulheres, mas também a sua reinserção no mercado de trabalho e resgatar a autonomia financeira”, afirmou a coordenadora. 

A iniciativa será executada pela Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) de Roraima, com a coordenação da Organização da Sociedade Civil (OSC) Hermanitos, com recursos oriundos de reversão trabalhista do Ministério Público do Trabalho (MPT). O projeto tem apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), ONU Mulheres, Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (TRT 11º Região) e Operação Acolhida, do Exército.