Cotidiano

Projeto criado por professora doa fraldas para prematuros na UTI

A ação ocorre desde 2018 e convoca a população a ajudar doando fraldas de tamanho RN ou P

Após o filho da professora Gisele Santos nascer prematuro e precisar ficar 27 dias internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), surgiu a ideia de criar um projeto para ajudar mamães e bebês que passam por essa situação e que não têm condições de arcar com as despesas das fraldas.

Com o lema “Pequenas fraldas, grandes amores”, o projeto iniciou em 2018, o mesmo ano em que a professora teve o bebê. Segundo Gisele, a iniciativa já arrecadou mais de 10 mil fraldas ao longo desses quatro anos. 

“Os pais e os alunos participam do projeto doando fraldas de tamanho RN ou P. A comunidade em geral também pode ajudar com doações de fraldas de qualquer marca que nós recebemos”, afirmou Gisele. 


Gisele em entrevista a Folha (Foto: Isabella Cades/Folha BV)

Para realizar uma doação, é possível deixar as fraldas na escola Oswaldo Cruz na Avenida Getúlio Vargas, número 5364 no Centro em Boa Vista, ou entrar em contato com a professora por meio do Whatsapp, pelo número 95 9115-2451.

O projeto faz parte de um trabalho que é realizado em sala de aula com Gisele, que traz programações voltadas para a prevenção da gravidez na adolescência. “A gente realiza atividades dinamizadas que envolvem o adolescente para entender essa problemática. Dentro da UTI nós temos situações de bebês que nascem prematuramente, de mães de adolescentes. E também falamos sobre o parto prematuro, né? As consequências, os impactos que isso dá na vida de uma criança e até na sociedade geral. E os alunos se envolvem nessas palestras, né? Acham interessantes, tiram dúvidas e até mesmo os alunos que já foram bebês prematuros, conseguem compartilhar sobre a experiência deles com as palestras”, contou. 


Na quarta edição, em 2021, foi realizada a entrega de 3.619 fraldas (Foto: Arquivo Pessoal)

DADOS – Mais de 300 mil prematuros nascem anualmente no Brasil. Em Roraima, até outubro deste ano nasceram 756 crianças prematuras. Entre eles, mais de 50% precisaram de UTI ou de algum atendimento neonatal. As informações são de acordo com uma fala da deputada Catarina Guerra, em sessão na Assembleia Legislativa de Roraima, onde destacou a proposta de emenda à Constituição (PEC) que altera a licença-maternidade em caso de prematuridade do bebê.

“Ontem [terça, 22], foi protocolada uma PEC, de minha autoria, sobre o marco temporal da licença-maternidade, pois a alta hospitalar da criança prematura às vezes perdura por mais de duas semanas. Algumas delas, infelizmente, ficam meses internadas na UTI. Isso precisa ser alterado para que a licença seja iniciada após a alta dos bebês”, argumentou.

A parlamentar refletiu ainda sobre a importância da assistência do Estado às famílias com recém-nascidos prematuros.

“Quero deixar aqui minha homenagem a todas as mães que já sofreram com essa situação e que a gente sirva de consciência e estímulo para que não aconteça esse nascimento prematuro e, se acontecer, tenhamos condições de diminuir esses dados e fornecer um atendimento eficaz e capaz de garantir a saúde dessas crianças”, concluiu.