A gerente de Projetos de Eficiência Energética da Eletrobras Distribuição Roraima, Glacidalva Andrade, deu detalhes sobre as formas que a população de baixa renda tem de encontrar meios de redução do consumo de energia elétrica, durante o programa Agenda da Semana, na Rádio Folha 1020 AM, no domingo, 17.
Segundo Glacidalva, conforme uma regularização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), todas as concessionárias de energia elétrica têm a obrigação de aplicar anualmente um percentual mínimo de sua Receita Operacional Líquida (ROL) em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica e desenvolver projetos para comunidades de baixo poder aquisitivo. “Há várias ações que podem ser desenvolvidas. Em Roraima, nós já trocamos mais de duas mil geladeiras, mais de 40 mil lâmpadas incandescentes que não podem ser fabricadas e nem comercializadas”, disse.
Parte desse recurso também pode ser aplicada nas duas maiores classes do mercado: as residências e os estabelecimentos comerciais. Para participar, o interessado deve elaborar um projeto, seguindo as recomendações do Manual do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica, que está disponível na página da Eletrobras Distribuição Roraima, no endereço http://www.eletrobrasroraima.com/.
A gerente assegurou ainda que os projetos devem ser elaborados por um profissional da área, como um engenheiro elétrico, e que os recursos aplicados serão devolvidos na tarifa de energia elétrica. “No caso de comércios grandes com fins lucrativos, o recurso funciona como investimento com juros baixos. Depois de toda a execução, as partes fazem um contrato para decidir como será devolvido e de que forma. Depende muito da extensão do comércio”, acrescentou Gracidalva.
A gerente disse também que o projeto tem o preço mínimo de R$ 80 mil e que os comércios pequenos podem participar por meio de associações. “Digamos que no bairro tenha uma associação de moradores, com um centro comercial, de pequenos comércios. Eles podem fazer um bom trabalho de substituição de equipamentos para baixar o custo. A ideia da Aneel é aplicar o recurso e transformá-lo no máximo de benefício possível”, disse.
Foco principal dos projetos é reduzir a demanda
Em Roraima, por ser um sistema isolado, não há uma linha de sistema nacional em que qualquer quantidade de energia esteja disponível para consumo. “Nós temos um sistema que nos fornece, de um outro país, com diversas deficiências que nos impactam muito”, avaliou a gerente de Projetos de Eficiência Energética da Eletrobras Distribuição Roraima, Glacidalva Andrade.
Além disso, a gerente também acresceu que a cidade aumentou e que a quantidade de energia consumida pelos empreendimentos também foi ampliada. A previsão é que se a demanda continuar evoluindo da mesma maneira, sem a população criar a consciência de que é imprescindível o consumo adequado e aplicar medidas de economia, existe a possibilidade de sobrecarga do sistema disponibilizado pela Venezuela e momentos de mau funcionamento.
“Com esse aumento, a criação de dois shoppings na cidade, por exemplo, há uma sobrecarga no sistema. A demanda aumenta à medida que as pessoas vão adquirindo equipamentos e os hábitos de consumo não mudam. Chega uma hora que o sistema não resiste mais. Para a gente não correr o risco de sofrer apagões, principalmente por isso, têm sido criadas medidas para reduzir o consumo”, afirmou.
Para a gerente, as principais medidas que o consumidor pode fazer é sempre procurar pela garantia dos equipamentos, evitando fazer compras de centrais de ar em outros países fronteiriços, como a Venezuela e Guiana; procurar não aquecer o motor da geladeira sem necessidade, para secar roupas, ou ao colocar panelas quentes sem esperar esfriar no refrigerador; retirar os utensílios domésticos que não estão sendo utilizados das tomadas ao sair de casa ou ao ir dormir; e não contribuir para a instalação de ligações clandestinas de energias, os chamados “gatos”. (P.C.)